Além de ser um mês marcado pela luta das mulheres, março também é destinado a conscientização da endometriose. Os números, divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que, no mundo todo, 10% a 15% das mulheres e das pessoas com útero em idade reprodutiva apresentam quadros endometrióticos. No DF, uma brasiliense demorou 10 anos para descobrir a doença.
Antes de tudo, é importante esclarecer o que é a endometriose. Ela é uma doença inflamatória e crônica, que se caracteriza pela presença de tecido de origem do endométrio (camada que reveste a parte interna do útero) fora da cavidade uterina. Os números, considerados elevados, trazem a importância de uma rede de apoio de pessoas diagnosticadas com a doença, para uma troca de experiências e conhecimentos sobre o tema.
"Dos 20 aos 40 anos, eu vivi com diagnósticos dos mais variados, inclusive com tratamento negligente de vários médicos sobre meus sintomas. Eu demorei 10 anos para chegar nesse diagnóstico. Eu vi minha vida ir de água à baixo em instantes, e hoje sofro muito. Existe casos de cirurgia, mas o meu é complicado e, por isso, optei por um tratamento. O médico, agora, me orientou a seguir por mais um ano (o tratamento), mas eu sou autônoma e não consigo arcar com tudo", disse Lu Ferreira, 41, agente cultural de Brasília.
Lu Ferreira, ativista não binário e agente cultural de Brasília, foi diagnosticada com a doença quando morava no Rio de Janeiro. Ela decidiu retornar a Brasília para ficar mais próxima da família e de sua rede de apoio. Após realizar os primeiros exames, ela se deparou com um outro problema: o financeiro. Os mais utilizados para o diagnóstico e mitigação da endometriose são a ultrassonografia pélvica transvaginal, dosagem de marcadores, ressonância magnética, colonoscopia e cistoscopia.
Por isso, Lu lançou uma rede para arrecadar recursos para dar prosseguimento ao tratamento. Ela conta com o apoio das amigas, que decidiram se juntar e criar o “Baile Saúde”, que é um evento cultural que contará com a presença de artistas brasilienses de renome, como Ellen Oléria, Karla Testa, DJ Loly, Barbichinha e apresentação da jornalista Maria Paula de Andrade. "A ideia geral é que a endometriose é uma doença séria e uma das que mais causam dor no mundo e precisa de mais atenção da medicina, do poder público e da sociedade como um todo. As pessoas que sofrem com quadros intensos de endometriose precisam de apoio e cuidado. É algo horrível de se conviver", conta.
"Ter uma rede de apoio faz toda a diferença para prosseguir e experimentar novas possibilidades de tratamento. Eu tenho uma gratidão imensa a esse de apoio. Sem eles, talvez não conseguiria", disse Lu. O baile vai ocorrer dia 23 de abril, no Calaf Brasília.
Anitta
Em julho de 2022, a cantora Anitta utilizou as redes sociais para contar sobre o seu diagnóstico de endometriose. "Então vou compartilhar uma coisa com vocês que na época fiquei sem reação, mas agora eu tenho um laudo para rebater. Uma vez eu falei em um podcast ou alguma outra entrevista, que não lembro agora, que eu sofria de uma cistite de lua de mel terrível. E que toda vez que eu tinha relação com o piu piu mais avantajado eu não tinha condições nem de andar no dia seguinte ou 48h depois de tanta dor", iniciou Anitta.
"Pois bem, galera, fui ficar com meu pai no hospital aquela vez. Comentei com minha querida amiga anja (sic) Dra que comanda tudo lá, que eu estava em tempo de morrer de dor. Ela fez meu milionésimo exame e pela milionésima vez. Não tem bactéria. Nunca teve em nenhum dos exames. A doutora (enviada pelo meu anjo da guarda só pode), fez na mesma hora uma ressonância em mim e estava lá. Endometriose. No dia seguinte, ela me levou em um especialista em endometriose. Fizemos os outros exames necessários para ter certeza e aí está", relatou a cantora.
"Pesquisem, galera. A endometriose é muito comum entre as mulheres. Tem vários efeitos colaterais, em cada corpo de um jeito. Podem se estender até a bexiga e causar dores terríveis ao urinar. Existem vários tratamentos. O meu terá que ser cirurgia", revelou.
Saiba como ajudar Lu Ferreira
Data: 23/04/2023
Local: Calaf Brasília – Setor Bancário Sul, Quadra 2, BL Q, Lojas 5/6 - Asa Sul
Horário:17h às 22h30
Ingresso: R$ 20,00 (antecipado no Sympla) ou R$ 44,00 (na bilheteria)
PIX Solidário: 61982212202 (Celular)