Nesta quarta-feira (15/3), durante um evento no Palácio do Planalto, a governadora em exercício, Celina Leão, disse que a troca de presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) foi feita por conta da "série de problemas" que estão ocorrendo na instituição.
Para substituir a atual presidente Mariela Souza, que foi dispensada por Celina Leão — de acordo com fontes do Governo ouvidas pelo Correio — do cargo após as polêmicas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), o nome indicado e aprovado pelo Conselho de Administração do Iges é Juracy Cavalcante, atual diretor de Atenção à Saúde. Agora, a nomeação segue para aprovação na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Por enquanto, até a CLDF aprovar a nomeação de Juracy, quem ocupa o cargo é o vice-presidente do Iges, Cleber Sipoli da Silva, advogado. A governadora comenta que procurou um perfil mais técnico para assumir o comando do instituto. "Procuramos um perfil que tivesse mais conhecimento na área, onde pudesse dar a gestão necessária, pois temos mais de 10 mil funcionários no Iges. É preciso uma gestão profissionalizada e eficiente para dar resposta à população", disse.
De acordo com Celina Leão, o Governo do Distrito Federal (GDF) está em um momento de choque na gestão da saúde e mais de 28 medidas já foram tomadas. "Muitas executadas, algumas em andamento, mas outras devem ser executadas em médio prazo, e com certeza vai melhorar a saúde pública do DF", explica.
Mariela Souza foi a sexta presidente do Instituto em apenas três anos, e se manteve no cargo por 10 meses. A indicação partiu de Ibaneis Rocha, governador afastado do DF.
Relembre os casos de morte nas UPAs
Em 8 de março, o adolescente Herbert de Oliveira da Silva, 15 anos, morreu na Unidade de Pronto-Atendimento de Samambaia após um quadro de insuficiência respiratória e reação alérgica. A família suspeita de negligência médica. De acordo com a mãe do garoto, Ana Telma de Oliveira, 48, a morte de Herbert foi repentina, pois ele era um menino sadio e não apresentava nenhum tipo de alergia.
Um dia depois, uma mulher sofreu traumatismo craniano após cair da janela da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, no Distrito Federal. Segundo familiares, a paciente estava internada no local com um quadro grave de dengue. Após alguns dias internada, a mulher morreu. O caso é investigado pela 19ª Delegacia de Polícia, de Ceilândia.
No dia 10 de março, Warley Eduardo, 30 anos e com Síndrome de Down, morreu após receber alta da unidade de pronto atendimento (UPA) do Setor O, em Ceilândia, no Distrito Federal. Segundo a família do jovem, ele chegou ao Hospital de Samambaia morto. A mãe, Maria de Lourdes, 50, acusa o hospital de negligência médica e preconceito contra o filho. A mãe teve acesso ao prontuário e afirmou que ele saiu da UPA, do setor O, com sinais de morte encefálica.
*Colaborou Pablo Giovanni
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