Um grupo de grileiros invadiu uma fazenda no município de Cocos (BA), a 650km de Brasília, e estão no local desde o dia 21/2. A denúncia foi feita ao Correio por Bruno Bolognesi Remédio, 40 anos, um dos proprietários da fazenda Pau Terra, o qual teve que fugir para Brasília, após ser ameaçado de morte pelos criminosos. Desde então, o grupo levantou uma tenda no local e começaram a construir no local. Veja um vídeo do local:
Encapuzados e armados, um grupo de quatro homens chegou à fazenda no dia 21/2, um feriado de carnaval. Segundo o boletim de ocorrência, depois de amedrontar e expulsar os funcionários, eles bloquearam o acesso de veículos à propriedade. A partir daí, passaram a remodelar o local, destruindo cercas e porteiras e edificações no local. “É tipo alguém entrar na sua casa, apontar uma arma pra você e te mandar ir embora”, indigna-se Bruno Bolognesi.
Frente a uma situação como essa, o único sentimento possível é o de revolta. Dirceu Gatto, 69, que também é proprietário da fazenda, passou a investir no local há cerca de dois anos. Com o fato, conta ter perdido o investimento. “Estou muito chateado. Você vai investir numa região que precisa crescer e faz a compra. De repente, um bando de pilantras te toma à força. Só posso me sentir mal”, lamentou.
Ação organizada
Os donos da fazenda contam que o problema não só os afeta, mas a outras propriedades próximas também. Isso ocorre, pois o grupo agiria de modo planejado. Supostamente, registram documentos forjados das propriedades que pretendem invadir, depois, vão ao local, dizendo serem os donos. Caso encontrem resistência, usam de ameaças para força entrada e tomar os locais-alvo.
“Esse é um dos meios que eles usam. Tínhamos a posse, com tudo certo. De repente, eles aparecem, invadem, ameaçam todo mundo. É algo terrível. você até perde o rumo das coisas quando algo assim acontece”, relata Gatto.
Vista grossa
Os proprietários do local afirmam que a ação dos bandidos ainda é agravada pela morosidade das forças de segurança. Mesmo depois de realizar denúncia no dia da invasão, nada foi feito para tirar os grileiros da propriedade. “Fazer vista grossa para coisas assim, os habilita a continuar fazendo as mesmas coisas. Até entramos na Justiça para reaver o que é nosso”, revolta-se Bruno Bolognesio.
Sem notícias se será feita alguma coisa, de fato, o que resta é esperar e torcer para que os criminosos não iniciem retaliações mais agressivas contra os donos da fazenda. “Sempre dizem que para tomar alguma providência, têm que ter uma ordem judicial. Parece não haver vontade de resolver o caso”, concluiu Gatto.
Até o momento, Polícia Militar (PMBA), Polícia Civil (PCBA), nem o governo do Estado da Bahia se manifestaram sobre o caso.
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira