Jornal Correio Braziliense

CPI dos Atos Antidemocráticos

Oitiva de Torres é novamente adiada devido ao depoimento marcado pelo TSE

Depoimento de ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres na Câmara Legislativa do DF é adiado após Alexandre de Moraes determinar que ele seja ouvido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no mesmo dia e horário

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos adiou a oitiva do ex-secretário Anderson Torres. Os integrantes da comissão tentavam convencê-lo a depor na próxima quinta-feira (16/3), mas uma decisão do ministro Alexandre de Moraes frustrou os planos.

O ex-secretário e os integrantes da CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) negociavam para que Torres fosse depor na manhã de quinta-feira (16/2), às 10h, em uma sala reservada da Casa. O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) não é obrigado a comparecer na oitiva, mas sinalizou positivamente aos distritais para que o depoimento ocorresse sem a exposição da imagem dele.

No entanto, uma decisão de Moraes, na tarde desta sexta-feira (10/3), determinou a oitiva de Torres no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na mesma data e horário. O depoimento é referente a participação de Torres em uma transmissão ao vivo com o ex-presidente Jair Bolsonaro que questionava o sistema eleitoral. Ele também será questionado pela minuta golpista em sua residência, no Jardim Botânico.

A determinação atende a pedido do corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com Moraes, Torres será ouvido na condição de testemunha por videoconferência. Caso queira, o delegado da Polícia Federal, que era ministro da Justiça do governo Bolsonaro, poderá ficar em silêncio e terá garantido o direito da não autoincriminação.

Nesta sexta-feira (10/3), o ministro intimou a defesa do ex-secretário para se manifestar, em até 48 horas, sobre o novo pedido da CLDF para que ele seja ouvido em uma sala reservada.

CPI

Com isso, a CPI deve ouvir na próxima semana os coronéis da PM Jorge Eduardo Naime e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues. Eles chefiavam o Departamento de Operações (DOP) e o 1° Comando de Policiamento Regional (1º CPR) da Polícia Militar do Distrito Federal, respectivamente.

Na quarta-feira (8/3), a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou pela manutenção da prisão de Naime. Ele foi alvo durante a quinta fase da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, no início de fevereiro.

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