Duas irmãs integrantes da facção goiana Amigos do Estado (ADE) foram presas pelas polícias Militar e Civil do Estado de Goiás depois de esfaquearem e rasparem o cabelo de uma rival. Em posse de arma de fogo e faca, as jovens Sarah Aparecida Alves e Clara Laiz Alves invadiram a casa da vítima, no distrito de Olhos D’água, em Alexânia (GO), e gravaram as agressões (veja o vídeo abaixo).
O Correio obteve acesso aos vídeos registrados pelas criminosas e que circulam em grupos do WhatsApp. No entanto, a reportagem optou por não divulgar por conter cenas fortes de violência. O crime ocorreu na madrugada de quinta-feira (9/3). À reportagem, o sargento responsável pela prisão das irmãs, W Silva, contou que as suspeitas eram amigas da vítima, mas que no Carnaval elas brigaram por conta de drogas e trocaram mensagens ameaçadoras nas redes sociais.
Antes de cometer o crime, as duas irmãs enviaram mensagens à vítima de forma pública no Instagram. Em print obtido pela reportagem, Sarah publicou um texto em que disse: “É tão fuleira que colocou um noiado para tentar me intimidar. Tá achando que eu vou tremer, se eu não como terror nenhum de piranha, imagina de um corrozin safado. E os mano do corre já tá ligado nessa caminhada, vai sobrar para um, não vai ser para dois. Quero ver essa bixona na hora que o chicote estalar”, escreveu.
Em outro post, Sarah chegou a dizer, em tom de ironia, que nunca tinha feito nada com ninguém e que não chegaria a ponto de mandar a vítima para o IML. “Eu acho que você não tem uma compreensão real que você se meteu. O recado tá dado. Você vai pagar pelo o que fez comigo, com minha mãe e com minha irmã.” E continua: “Seus dias nessa terra serão de tortura extrema, pois você viverá um verdadeiro inferno, conhecerá o verdadeiro cão que sou eu”, finaliza a criminosa.
O crime
Na madrugada de quinta-feira (9/3), as irmãs e outros dois homens dirigiram cerca de 15 km de Alexânia até o distrito de Olhos D’água. Segundo o sargento W Silva, as criminosas invadiram a casa da vítima e deram início às agressões. Toda a sessão de tortura foi gravado por um dos rapazes. Na filmagem, Sarah e Clara partem para cima da jovem com uma faca e tentam furar o peito dela.
Para se defender, a jovem coloca a mão na frente da lâmina. A mãe da vítima, que sofre de síndrome do pânico, tenta intervir. “As autoras só não a mataram porque ela se defendeu e porque a mãe entrou no meio”, afirmou o policial à frente da ocorrência. Na delegacia, a vítima relatou que, a todo momento, era ameaçada com uma arma de fogo na cabeça apontada por um dos rapazes. Ela ficou ferida na mão e na perna.
As criminosas ainda usaram a faca para cortar o cabelo da jovem e gravaram um vídeo com os tufos nas mãos. “Olha aí a peruca. Aqui em Olhos D’água, galera”, fala uma das suspeitas na filmagem.
Após a vítima registrar boletim de ocorrência, policiais civis e militares saíram em busca das duas criminosas. “Ficamos sabendo dos fatos depois do relato da jovem na delegacia. De imediato, nossas equipes foram para as ruas”, afirmou o major Ricardo Wender, da 34º Companhia Independente da Polícia Militar de Alexânia.
As irmãs foram capturadas na manhã de quinta-feira e encaminhadas à delegacia. As duas vão responder por tentativa de homicídio. Participaram da operação os policiais militares o sargento W Silva, o soldado Adiel e os policiais civis Rodrigo e Demetrius. O Correio apurou que Sarah e Clara passaram por audiência de custódia no fim da tarde desta sexta-feira (10/3), em Luziânia, e vão permanecer detidas.
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