Jornal Correio Braziliense

Rede pública

Mãe denuncia professora da rede pública por maus-tratos à filha autista

De acordo com a denúncia, a autora teria agredido fisicamente e verbalmente a criança dentro de escola pública na Asa Sul

A mãe de uma estudante autista de 8 anos que frequenta escola pública na Asa Sul denunciou uma professora da regional por supostos maus-tratos. No boletim de ocorrência, ela diz que começou a estranhar quando a menina passou a se recusar a ir para escola e a apresentar sinais de ansiedade e choro excessivos. De acordo com outras professoras da unidade, a professora é conhecida por seu comportamento agressivo com alunos e outros colegas de trabalho.

De acordo com a mãe, a menina estuda na instituição desde de 2021 e, de início, não passava por problemas do tipo. No ano seguinte, o cenário mudou e, de acordo com ela, a estudante passou a apresentar os sinais de desespero. A mãe conta que pensou que era um reflexo do espectro autista e então foi tentando contornar a situação. Já no dia 16 de fevereiro deste ano, ao chegar na escola para buscar a menina, ela a encontrou bastante nervosa e em 'completo desespero'. Neste momento, a vítima verbalizou que estava com medo e que se sentia abandonada.

Na semana seguinte, uma professora que deu aula para vítima em 2022, cujo nome foi preservado e substituído pelo fictício de Heloísa, entrou em contato com a mãe e afirmou que já presenciou diversas agressões da professora contra a aluna. Em seguida, a mãe recebeu uma imagem da autora, já que ela não a conhecia pois não lecionava diretamente nas turmas da vítima. “Assim que eu mostrei a foto da professora para ela, ela ficou desesperada, começou a chorar, arregalou os olhos e foi quando ela finalmente relatou que ela costumava gritar", declarou.

No registro da ocorrência, Heloísa detalhou que a autora já retirou a vítima de dentro da sala de aula, puxando-a fortemente pelos braços, além de sacudi-la e sempre se dirigir a ela de forma bastante ríspida. “Além de dizer tipo ‘quem ela’ era para tratar a orientadora da escola daquela forma”, completa. Ao Correio, Heloísa contou que já havia observado a professora dirigir-se a outros alunos de forma agressiva, sempre se incomodando com barulhos feitos pelos estudantes, ainda que fora da sala de aula, quando as crianças estavam brincando no pátio da escola.

Heloisa, hoje em dia, já não trabalha na unidade, mas conta que já presenciou diversas agressões verbais e físicas da autora contra outros alunos. Já a mãe, cita que com outra criança, a professora realizou uma espécie de bullying ao falar da aparência do menino. "Ele usava o cabelo comprido e de tanto ela falar que ele parecia uma mulherzinha, ele cortou o cabelo e além disso a mãe dele me contou que ele também não queria ir para a escola e até xixi na roupa estava fazendo por medo", declarou.

"Comportamento agressivo”

Além de Heloísa, o Correio ouviu outra professora da regional que também preferiu não se identificar. Para preservar, será usado o nome fictício de Gabriela. De acordo com ela, a autora das agressões é conhecida pelo comportamento agressivo contra alunos e professores. Gabriela afirma que ela é protegida pela direção da escola.

“Ela tem uma rede de proteção muito grande vindo da equipe gestora e pedagógica. Tem vários pais que passaram pela mesma coisa e não denunciaram por falta de coragem. Todo mundo já sabe quem é ela e o que ela faz", conta.

A professora também afirma que a autora age de forma agressiva há anos e que ela já respondeu por diversas ouvidorias. Heloisa conta que a autora já foi gordofóbica com ela. "Ela debochou de mim dizendo que não me cuido, rindo de mim. É uma professora muito agressiva”.

Heloisa e Gabriela afirmam que, além dos alunos, a autora age da mesma forma com os professores da regional. “Ela não persegue só alunos, diversos professores saíram da unidade por conta de perseguição. Por que ela é uma pessoa que tem muitos anos na escola, ela se gaba disso e se apega que é presidente do conselho, se garante na rede de proteção. Certa da impunidade, trabalhando normalmente”, conta Gabriela.

Após a denúncia da mãe da vítima, Gabriela afirma que a professora soltou frases como: 'vai ter volta', 'não vai ficar assim’ e ‘quem fez essa denúncia vai me pagar’, pelos corredores da escola.

O que diz a Secretaria de Educação?

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal informou que recebeu a denúncia via Ouvidoria e a mesma já foi encaminhada para a Corregedoria, que apura a denúncia. A pasta ressalta, ainda, que repudia qualquer tipo de violência e reforça o compromisso e empenho na busca por elementos que permitam o esclarecimento dos fatos, bem como todo o suporte para a aluna.

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