Lisboa, Portugal — O esquema para dar golpes em brasileiros a partir de Portugal era muito bem estruturado, segundo o delegado Erick Sallum, que comanda a Operação Difusão Vermelha no país europeu em parceria com a Interpol. Foram expedidos seis mandados de prisão, com quatro detidos na capital portuguesa e um no aeroporto de FranKfurt (Alemanha) — outro está foragido. Segundo o delegado, para dar aparência de legitimidade e fazer as vítimas acreditarem os investimentos eram reais, os criminosos montaram na internet diversas páginas de empresas fictícias. Entre elas, foram identificadas Paxton Trade, Ipromarkets, Ventus Inc, Glastrox, Fgmarkets, 555 Markets, ZetaTraders.
“Esses websites eram muito bem montados, dando a impressão de serem empresas idôneas. As vítimas faziam cadastros nessas páginas e depois usavam um aplicativo para poder realizar os supostos investimentos. Ocorre que os investimentos nunca chegavam ao mercado. Tudo não passava de uma bem elaborada simulação”, explicou o delegado. As investigações mostraram que todo o dinheiro depositado nas contas das supostas empresas era diretamente desviado para contas pessoais dos criminosos. As vítimas pensavam que tinham perdido tudo na Bolsa de Valores e muitos sequer sabiam que se tratava de um golpe. Os prejuízos passam de R$ 16 milhões.
Sallum contou que as investigações mapearam pelo menos 945 pessoas diferentes que foram lesadas pelos golpistas, mas sabe-se que existem muitos mais. “Foram encontradas vítimas que chegaram a perder R$ 1,5 milhão. Também foram narradas histórias de vítimas que perderam todas as economias da vida, alguns gastaram dinheiro que seria usado para tratamento de câncer de familiares e outros até mesmo todo o dinheiro recebido de heranças. Diversas vítimas tiveram rompimento de casamentos e laços familiares, várias em depressão com tendências suicidas.