Dois dos três réus por planejar um atentado à bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília, na véspera de Natal, vão depor pela primeira vez no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) nesse mês.
O empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, e o eletricista Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32, presos no Complexo Penitenciário da Papuda, passarão por audiência de instrução e julgamento, que é um processo para a colheita de depoimentos de todos os envolvidos, em 24 de março. Por pedido da defesa dos dois envolvidos, essa primeira etapa de oitivas ocorrerá de maneira virtual.
Além deles, é réu o blogueiro Wellington Macedo de Souza, 47. Ele é considerado foragido da polícia. Wellington já trabalhou no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos da senadora Damares Alves (Republicanos).
As autoridades policiais trabalham com a tese de que Wellington tenha fugido da capital federal, já que logo depois de cometer a tentativa de atentado, ele rompeu a tornozeleira eletrônica que estava usando.
Plano ousado
George foi preso horas após o atentado a bomba próximo ao aeroporto. Ele e Alan Diego, preso em 17 de janeiro, planejavam deixar a bomba dentro da área de embarque do aeroporto.
O plano criminoso, orquestrado pelo trio, poderia causar um dos maiores atentados terroristas do Brasil. Aos agentes, Alan — que é eletricista — disse que o empresário George Washington ordenou que o artefato explosivo fosse deixado na área de embarque do Aeroporto JK, mas que não concordou, principalmente por considerar o local bastante movimentado por viajantes e, por causa disso, não cumpriu com a determinação do comparsa. Com Wellington, ele mudou o plano original e decidiu colocar a bomba em um caminhão-tanque carregado de combustível de aviação, próximo ao aeroporto.
Conforme a investigação do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) havia apurado, Alan foi ao local com Wellington, que dirigia o próprio veículo. O eletricista recebeu o artefato horas antes, no QG do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU).
Ele contou aos agentes que, após ter deixado a bomba no caminhão-tanque, se arrependeu. Disse ainda que telefonou para a Polícia Militar (PMDF), em um dos orelhões da Rodoviária do Plano Piloto, para informar sobre uma bomba, mas que o atendente achou que se tratava de um trote.