A morte do brasiliense Alan Lopes, de 21 anos, segue cercada de mistérios. O jovem que morava em Amsterdam com a família teve sua vida ceifada precocemente. O suspeito do assassinato de Alan — a facadas — é Begoleã Mendes Fernandes, brasileiro preso em Portugal com pedaços de carne humana na mala, na segunda-feira (27/2).
Alan nasceu no Distrito Federal e foi morar em Amsterdã com a mãe, Antônia Lima, em 2016, aos 14 anos. Ela trabalha na limpeza de uma escola no centro da cidade holandesa. O jovem terminou o ensino médio e trabalhava em um açougue atualmente. Ele era fluente em quatro idiomas.
Em depoimento, Begoleã afirmou ter matado Alan, no domingo (26/2), em legítima defesa. O suspeito foi pego quando tentava embarcar de Portugal para Belo Horizonte, mas levantou suspeitas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ao apresentar um cartão de identidade italiano e portar documentos em nome de terceiros.
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A família está angustiada e tem se posicionado nas redes sociais sobre o caso. A mãe de Alan, Antônia Lima, publicou uma foto do filho e escreveu um texto em homenagem. “Logo estarei me despedindo de você, vou te dar o último beijo, tocar seu rosto pela última vez, mas essa despedida é temporária, pois logo estaremos juntos novamente. Mamãe tem que continuar por aqui por algum tempo ainda, pois tenho suas irmãs para cuidar, filho, sua bondade te tirou de nós, tanto que eu avisei filho, devia ter escutado, meu amor. Mamãe já sente tanto sua falta, mas sei que está num bom lugar, pois com esse coração tão grande e tão lindo não podia ser diferente. Te amo além da vida. Fica em paz meu menino”, escreveu a mãe.
Canibalismo
Begoleã Fernandes, que vem sendo chamado de canibal em Portugal, confessou ao SEF que a carne encontrada na mala que ele carregava no momento da prisão era humana, mas tudo está sendo periciado pelo Instituto Médico Legal (IML). Questionado, o SEF não informou se já havia saído o resultado da análise. A expectativa é grande.
À família, por meio de mensagens, o brasileiro disse que matou o amigo porque ele havia lhe dito que era canibal e que o comeria em um churrasco na tarde de domingo. A polícia de Amsterdã, onde o crime foi cometido, apura o que realmente aconteceu. Familiares do morto dizem que ele abrigava Fernandes quando ele não tinha onde morar. E o motivo do assassinato seria a cobrança de uma dívida.
A prisão de Begoleã Fernandes pelo SEF ocorreu por causa da suspeita de uso de documento falso na imigração portuguesa — ele fugiria para Belo Horizonte. O brasileiro apresentou a identidade de um italiano. Após a perícia, constatou-se a falsificação. Fernandes ainda portava outros documentos fraudados em nomes de terceiros. Quando cruzou os dados do homem, o SEF detectou um alerta da polícia holandesa sobre a suspeita de assassinato.
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