A violência contra as mulheres tomou proporções alarmantes. De 2020 a 2022, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), 60 mulheres perderam a vida, vítimas de feminicídio. Somente este ano, são seis mortes. Para debater os motivos dessa realidade inaceitável e formas de enfrentamento, o Correio promove, em 7 de março, das 14h às 18h, o seminário Combate ao feminicídio: uma responsabilidade de todos.
Entre as convidadas, confirmaram presença a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que vão participar da abertura; a ministra do Superior Tribunal Militar (STM) Maria Elizabeth Rocha; a juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Rejane Jungbluth Suxberger; e a presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher da OAB/DF, Cristina Tubino.
Os seis feminicídios ocorridos nos dois primeiros meses deste ano no DF representam o dobro dos registrados no mesmo período de 2022. Em todos os casos, as mulheres mantinham ou tiveram um relacionamento com os seus algozes.
Em primeiro de janeiro de 2023, Fernanda Letícia da Silva, 27 anos, foi assassinada pelo companheiro, Maxwel Lucas Rômulo Pereira de Oliveira, 32. A vitima foi à residência do namorado, em Ceilândia, e o convidou para sair. Ele não aceitou, o que provocou uma discussão e agressões físicas entre eles. O autor, que se entregou no dia seguinte ao crime, alegou que, durante a discussão, Fernanda pegou uma faca e o atingiu no pescoço e no rosto, momento em que ele conseguiu tomar a arma, imobilizá-la e apertar o pescoço da vítima.
No dia seguinte, Mirian Nunes, 26, foi enforcada por seu companheiro, André Luiz Muniz Dos Santos, 51. O crime aconteceu em Ceilândia, na frente do filho do casal, um bebê de apenas um mês. O casal se relacionava há cerca de um ano e tinha histórico de violência doméstica. Em novembro de 2022, Mirian procurou a Polícia Civil e o denunciou. À época, foi encaminhada à Casa Abrigo, mas, após sair do local para dar à luz, optou por reatar o relacionamento. André foi preso quatro dias depois.
Em 17 de janeiro, Jeane Sena da Cunha Santos, 42, foi assassinada com um tiro pelo ex-companheiro João Inácio dos Santos, 54. Jeane recebia ameaças constantes de morte por parte do autor e solicitou medidas protetivas contra ele, em outubro do ano passado, depois de registrar ocorrência policial. Após o crime, o feminicida tirou a própria vida.
Dois disparos de arma de fogo no rosto resultaram na morte de Giovana Camilly Evaristo Carvalho, 20 anos. O crime foi cometido pelo marido, Wellington Rodrigues Ferreira, após uma discussão, em 18 de janeiro, em Ceilândia. Wellington foi encontrado pela polícia horas depois, em um estacionamento público, com sangue de Jeane na roupa.
A vendedora Izabel Guimarães, 36, foi morta em 4 de fevereiro pelo ex-namorado Paulo Roberto Moreira Soares, 38, que era administrador, vigilante, aluno de um curso de tiro e com registro de caçador, atirador e colecionador (CAC). O crime teria sido motivado pelo bloqueio de contas bancárias do assassino, que procurou a vítima para que ela as desbloqueasse.
Simone Sampaio de Melo, 40, entrou para a estatística ao ser assassinada pelo ex-marido, João Alves Catarina Neto, 45. O crime ocorreu em um campo de gramado, próximo a uma escola infantil, no Setor Central do Gama. Eles tiveram um relacionamento de 22 anos.
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