O Observatório de Políticas Públicas do Distrito Federal (Observa DF) realizou um debate nesta sexta-feira (31/3), na Universidade de Brasília (UnB), no qual os integrantes do projeto apresentaram a conclusão do trabalho feito no último ano. De acordo com Ana Maria Nogales, doutora em demografia e pesquisadora do grupo, "as desigualdades sociais e econômicas marcam o território do DF. Nós vivemos numa espécie de ilha".
A pesquisadora comenta que até mesmo dentro da UnB, muitas vezes não conhece o que realmente é o DF. “A partir das políticas de ampliação de acesso à UnB, a universidade se transformou. A ampliação dos campos de Ceilândia, Gama e Planaltina trouxe esse novo olhar para que a gente compreenda melhor”, explica.
Segundo as pesquisas realizadas, a insegurança alimentar no DF é alta, especialmente nas regiões de baixa renda. “Ressaltou-se a importância dos programas de transferência de renda para diminuir os efeitos da desigualdade social”, diz o relatório. Outro fator determinante para o maior problema da cidade ser a desigualdade social é a taxa de mortalidade por conta da pandemia da covid-19. “Foi constatada a elevação de taxas de mortalidade de jovens e adultos — de 20 a 79 anos —, em especial nos grupos de baixa renda, além da diminuição da esperança de vida ao nascer”, pontua a pesquisa.
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Técnico de Pesquisa e Planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Bruno de Oliveira Cruz mostrou a imagem que retrata a desigualdade social quando as cidades com maior e menor renda per capita do DF são comparadas. Essas cidades são o Lago Sul e o Sol Nascente, respectivamente. "Dá para ver a diferença quando vemos que a de maior renda per capita é arborizada e o outro não tem nada", diz.
Observa DF
O Observa DF é um projeto ligado ao Instituto de Ciência Política e ao Programa de Pós-graduação em Ciência Política, todas vinculadas à UnB. O Observa DF usará dados secundários provenientes de instituições de pesquisa como a Codeplan e o IBGE, além de registros administrativos de órgãos públicos de âmbito Distrital e Federal. Tais bases de dados permitem inúmeros estudos usando técnicas diversas de mineração, extração, análise e visualização de dados. O propósito será elaborar estudos que investiguem a situação do mercado de trabalho no DF, usando, por exemplo, a Relação Anual de Informações Anuais (RAIs), o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), e Pesquisa por Amostra de Domicílios (PNAD-Contínua).
Durante o evento, os pesquisadores explicaram a realização do observatório com foco geográfico definido, considerando o DF e a sua área de influência imediata — compreendida pelos municípios da área Metropolitana do DF — realizando pesquisas para compreender os problemas e necessidades dentro do contexto com olhar de discussão sobre políticas públicas.
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