O neuropediatra Paulo Lobão, membro do Departamento Científico do Sono da Sociedade de Pediatria, foi o convidado do CB.Saúde — parceria entre Correio e TV Brasília — desta quinta-feira (30/3). À jornalista Carmen Souza, ele explicou que problemas relacionados ao sono não são restritos aos adultos. De maneira geral, entre 25% e 30% das crianças têm alguma dificuldade em manter uma rotina de sono, sendo a disfunção mais comum a insônia comportamental. "Está associada com dois fatores: a falta de limites — aquela criança que tem dificuldade para ir para a cama e fica relutando em iniciar toda a rotina de sono — e a insônia por fatores de associação — a criança associa algum fator para iniciar o sono, seja a mamadeira, no decorrer da madrugada, ou algum objeto específico", detalhou.
Para o especialista, os pais precisam ter a clareza de que uma rotina bem definida é necessária a todos. “A manutenção do sono tem que ser instituída em conjunto com a família. Essas duas formas (comportamental e por associação) estão fortemente ligadas a falta de rotinas”, discorreu o profissional, ressaltando que noites mal dormidas têm um efeito de complicações a curto, médio e longo prazo, em qualquer faixa etária.
A respeito do processo de crescimento, Lobão informou que as alterações hormonais dependem da qualidade de sono para ocorrer conforme o esperado, “em especial, o hormônio do crescimento — a criança pode ter dificuldades relacionadas ao crescimento e isso poderá acarretar prejuízos”. Da mesma forma, crianças com privação de sono estão mais sujeitas a infecções. “No período de março a junho há um pico de vírus respiratórios, que podem fazer evoluir para casos como a bronquiolite, que pode evoluir para falta e sintomas de insuficiência respiratória”, destacou o neuropediatra, que citou a importância do sono na regulação do sistema imunológico.
O especialista também orientou sobre a higiene do sono — conjunto de medidas necessárias a manutenção saudável do sono. "De forma geral, a gente orienta os pais a criarem um ritual de sono. Ao chegar do trabalho, jantar com a criança, levar para tomar um banho morno, não colocar telas, fazer uma atividade mais calma com ela, como uma leitura. Aí, sim, ela vai criar o hábito de dormir."
Lobão disse ainda que é preciso tornar o ato de dormir um momento agradável, evitando atividades que agitem a criança no período da noite, como aparelhos eletrônicos e telas. Segundo ele, também é necessário desestimular o hábito de amamentação durante a noite, entre os 3 e os 6 meses de idade.
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*Estagiário sob supervisão de Malcia Afonso
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