Exército

Desta vez, apoiadores de Bolsonaro não buscam refúgio no QG do Exército

Até por volta das 9h desta quinta-feira, o Setor Militar Urbano permanecia completamente vazio, sem bloqueios das vias e sem a presença de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Adriana Bernardes
Pablo Giovanni
Ellen Travassos
postado em 30/03/2023 09:19 / atualizado em 30/03/2023 12:21
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)

O cenário no Quartel-General (QG) do Exército de Brasília amanheceu sem bloqueios de vias e completamente vazio. Desta vez, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não buscaram refúgio no local, como fizeram após o resultado da eleição que deu a vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

A equipe do Correio percorreu o local por volta das 9h desta quinta-feira e o clima é de tranquilidade. O fluxo de veículos segue a normal e sem a presença de apoiadores de Bolsonaro que chegou hoje ao Brasil após 90 dias vivendo na Flórida (EUA). 

Logo após as eleições de 2022, o QG do Exército abrigou centenas de bolsonaristas inconformados com o resultado das urnas. No local, o empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54, e eletricista Alan Diego planejaram o atentado terrorista no Aeroporto Internacional de Brasília na véspera do Natal que, só não se concretizou, porque Alan se arrependeu e ligou para as forças de segurança alertando sobre a bomba colocada em um caminhão carregado com combustível de avião. 

Foragido

A polícia ainda procura por blogueiro Wellington Macedo de Souza, 47, o único foragido da tentativa frustrada de explodir a bomba no terminal. O blogueiro, antes de ser denunciado e se tornado réu no processo que tramita na 8ª Vara Criminal de Brasília, trabalhou no então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, da ex-ministra e senadora Damares Alves (Republicanos).

Entre os meses de fevereiro a outubro de 2019 — período que trabalhou no ministério, Wellington era responsável por despachar medidas que iam desde a destinação de verbas para custear viagens de serviço à contratação de uma empresa para transportar "bagagens para todas as regiões dentro do Brasil e transporte de veículo do tipo automóvel e motocicleta dentro do território nacional", como constava no site do ministério.

O ex-assessor acumulou, ao longo dos oito meses no Ministério da Mulher, cerca de R$ 82 mil em salários. Graças ao Portal da Transparência, o Correio constatou que Wellington também requereu e recebeu cinco parcelas do auxílio emergencial de R$ 600, em 2020.

Após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, os manifestantes foram retirados do QG do exército e não voltaram para manifestar apoio ao Bolsonaro.

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