Políticas públicas se fazem a muitas mãos, defende Dayse Amarilio

Em conversa com o CB.Poder, a deputada e presidente da comissão de assuntos da Câmara legislativa, Dayse Amarilio, fala sobre a necessidade de agilizar a gestão dos serviços públicos.

João Carlos Silva*

postado em 29/03/2023 15:41 / atualizado em 29/03/2023 15:42

(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A deputada Dayse Amarilio, profissional de enfermagem e presidente da Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa, é recebida na tarde de quarta-feira (29/3) pela jornalista Ana Maria Campos. Ao CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — a deputada defende a urgência da comunicação entre órgãos estatais e a participação feminina na política, além da relevância de possibilitar denúncias às falhas na gestão pública.

Canal de denúncias

Uma das ações implementadas pela deputada que assumiu a comissão de assuntos sociais é o canal que recebe denúncias dos cidadãos. A deputada explica que desfazer a distância entre a câmara dos deputados e os cidadãos era um dos desafios de seu mandato, algo que imaginava enquanto trabalhadora e usuária de equipamentos públicos, “Quando assumi a comissão de assuntos sociais, foi pensando nesse modelo de canal de denúncias. Além de uma programação para que a comissão vá às ruas”, diz. A ferramenta disponível no site da câmara legislativa recebeu mais de 84 denúncias em menos de um mês, segundo Dayse.

 

Enfermagem

Como enfermeira e ex-sindicalista, Dayse atenta para as reclamações acerca da precarização dos serviços de enfermagem e déficit de profissionais, “Os profissionais de saúde vivem uma calamidade em relação à saúde do Distrito federal. A atenção primária não consegue fazer a atenção primária, UPAS não conseguem dar o retorno e os hospitais, lotados”, lamenta. “Hospitais foram construídos muito tempo atrás para uma população três vezes menor do que é atendida hoje", afirma, se referindo à condição das unidades hospitalares do DF.

Para a deputada, os problemas na saúde do DF são antigos e se agravaram com o passar do tempo, "Nós precisamos fazer política para pessoas e não para grupos políticos, isso demanda tempo, são coisas que devem ser pensadas a médio e longo prazo”, coloca Dayse. A profissional da área de saúde insiste que é necessário localizar a atenção primária como eixo ordenador da saúde, equipando a área de enfermagem para que tenha autonomia. Além da construção de hospitais, ela lembra que é imprescindível uma gestão eficiente.

 

Mulheres na política

Dayse Amarílio é a primeira deputada enfermeira a tomar posse na câmara legislativa e defende não só a presença dos profissionais de enfermagem no poder público, mas também a participação feminina na política, “Eu sentia isso desde o sindicato. O sindicato é um ambiente muito masculino”, afirma a deputada, pontuando que apesar da maioria feminina na enfermagem, os representantes de sindicatos e conselhos de enfermagem são majoritariamente homens. Dayse chama atenção, também, para a comunicação entre serviços públicos: "Políticas públicas se fazem a muitas mãos”, explica, ao  apontar agilidade e desburocratização em processos como pontos de melhoria na administração. “Não existe uma intercentralização da saúde com o desenvolvimento social, por exemplo", diz. Para isso, a deputada sinaliza o investimento na gestão técnica, em detrimento de indicações políticas.

 

*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel