A construção de um posto de gasolina na altura da QL 10 tem incomodado moradores do Lago Sul, que reclamam da falta de diálogo com a comunidade e da derrubada de árvores nativas da região. A presidente do Conselho Comunitário do Lago Sul, Natanry Osorio, 84, lembra que há 10 anos houve outra tentativa de construção de um posto de gasolina no local, o que foi impedido por uma mobilização de moradores e por um acordo firmado com o dono do negócio.
“Angicos gigantescos e mangueiras já foram arrancados. Pedi ao motorista do trator que se encontrava no local para mostrar a autorização para fazer a derrubada e ele se recusou a mostrar o documento”, queixa-se Osorio. “A dúvida, agora, é para onde vão os troncos dessas árvores. Angico é uma árvore típica do cerrado e de alto valor”, questiona. Natanry também chama atenção para o dano ambiental do empreendimento, bem como da proximidade de outros dois postos de combustíveis ao local. “A distância entre os dois é de 1,4 km. Para que ter mais um entre os dois postos? A nossa esperança é de que o empresário busque uma permuta e ache outro lugar para construir o posto”.
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A aposentada Norma Lúcia, 75, é vizinha do local onde o novo negócio está sendo construído. Ela se preocupa com a velocidade da derrubada das árvores. “Está muito rápido. Dentro de dois dias, vai ter mais nada por lá”, teme a moradora da QL 10. “Semana passada, eu acordei com o choro dos pássaros que perdiam suas casas”, lastima. A contaminação do solo e do lençol freático, já que o depósito de combustível é subterrâneo, é outra preocupação dos moradores da região.
O que dizem as autoridades
A Secretaria de Desenvolvimento de Urbano e Habitação do Distrito Federal (Seduh) informou ao Correio que a obra tem autorização para a edificação do posto, mas que em relação à derrubada de árvores é preciso verificar com os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental, como Instituto Brasília Ambiental (Ibram). A Novacap disse o mesmo, que a responsabilidade do caso, já que envolve uma área particular, é do Ibram, que informou que o empreendimento foi licenciado de acordo com a legislação. Quanto às normas em relação ao corte de árvores e supressão de vegetação, a autorização é concedida pela autarquia, após cumprimento do rito.
No local, não há sinalização informando o engenheiro ou a empreiteira responsável pela obra.
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