Centenas de fãs, amigos, conhecidos e admiradores do DJ Jamaika compareceram ao velório do rapper, na tarde desta sexta-feira (24/3), na Administração de Ceilândia. No local, formou-se uma fila para aqueles que desejavam dar de perto o adeus ao precursor do “Estilo Rap do DF”. Nos telões, fotos de Jamaika e clipes de sucesso da carreira dele relembraram ao público o legado artístico do ceilandense. Os presentes também puderam ver de perto o Ford Galaxie 500, xodó do artista, e tirar fotos com o estiloso veículo.
O porteiro conhecido como Bigodão de Ceilândia foi um dos que marcaram presença na despedida. “Ele significa a cultura de Ceilândia no âmbito nacional. Jamaika abriu portas para as novas gerações, inclusive para mim, que também faço música”, revela Bigodão.
Diná Lopes dos Santos, 67, gosta muito das músicas de Jamaika. “Ele tinha o coração bom, voltado para Deus. Nunca fez mal a ninguém”, lamenta a dona de casa, que compareceu à cerimônia jcom o filho, André dos Santos Carvalho, 41. “Ele era muito sincero com as palavras. Cantava a realidade do dia a dia, dos crimes, das drogas, dos jovens se perdendo. Ele se tornou uma referência para os mais novos”, diz André.
O rapper Itamar Alves de Abreu, 56, considera a perda irreparável. “Ele amava a população e ajudava os mais pobres. O trabalho dele me inspira nas minhas composições como rapper”, revela o artista.
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A vice-governadora Celina Leão compareceu ao velório e prestou as condolências aos familiares de DJ Jamaika, como Adriana Pereira, a viúva do cantor. “Agora eu vou ter que aprender a viver sem ele. Eu o conheci muito cedo, aos 17 anos. São 34 anos juntos. Queria ele aqui presente comigo. Não queria falar em memória dele”, desabafou Adriana.
A filha Safira, de 22 anos, falou que o pai sempre foi símbolo de força e segurança. “De repente, eu vi que meu pai não ia conseguir resolver aquela situação, minha mãe estava fraca e eu tive que ter força para os dois”, revelou Safira, que também fez declaração sobre a benevolência de Jamaika. “Tantas pessoas 'esfaqueavam' as costas dele diariamente, mas, no outro dia, ele estava lá, ajudando essas mesmas pessoas. Ele tinha a missão de ajudar as pessoas e ele fez isso até o último momento. Foi um pai e marido incrível. Ele me pediu, no leito de morte, duas coisas: para ser forte e para não deixar o legado dele morrer.”
Dj Jamaika morreu na quinta-feira (23/3), aos 55 anos, em decorrência de um câncer na coluna que estava tratando, mas se agravou com uma metástase.
Cortejo
Após o encerramento do velório, o caixão foi posto em cima da viatura do Corpo de Bombeiros, por volta das 15h, e seguiu em cortejo até o Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. No caminho entre a Administração Regional de Ceilândia e o cemitério, percurso de 3,4 quilômetros, a população pôde se despedir do artista da quebrada, que era seguido por centenas de carros e motocicletas em reverência ao legado de Jamaika.
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