A 4ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal aceitou o pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e autorizou a quebra de sigilo telefônico do agente penitenciário federal Bruno César de Lima Barbosa, 40. Ele foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) com plantação de maconha dentro de casa, em Ceilândia, no início desse mês, e também trabalha na Penitenciária Federal de Brasília, unidade prisional que abriga Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O pedido, autorizado pelo juiz Ângelo Pinheiro, determina a quebra de sigilo de dados, medida de caráter menos invasivo, para a interceptação das informações. Bruno foi liberado em audiência de custódia, mas o aparelho celular dele permaneceu apreendido.
“Desse modo, o deferimento da medida requerida pelo órgão ministerial é medida imperiosa, uma vez que, com as eventuais informações extraídas do aparelho celular apreendido, será possível analisar se, efetivamente, existem conteúdos no aparelho móvel do acusado, que demonstrem a prática de crimes, dentre os quais o delito pelo qual foi denunciado nos presentes autos”, esclareceu o juiz.
O magistrado determinou que o Instituto de Criminalística da PCDF execute a ordem no prazo de 30 dias.
Preso
Bruno é servidor público há quase 17 anos e passou por penitenciárias federais de outros estados, como a de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O servidor vinha sendo investigado pela PCDF por suspeita de receber encomendas de medicamentos e anabolizantes pelos Correios com destino ao Aeroporto Internacional de Brasília.
Após monitoramento dos policiais civis da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), Bruno foi preso em flagrante no âmbito da operação Tracking. Segundo as investigações, o agente penitenciário recebeu, em casa, em Ceilândia, a mercadoria de anabolizantes vindos de outro estado. Durante as buscas, as equipes encontraram várias porções de maconha e uma plantação da erva no quintal do imóvel.
O servidor público foi preso e autuado por tráfico de drogas. Em depoimento, ele disse que as drogas, os medicamentos e os anabolizantes seriam para o uso pessoal. Além disso, negou a venda a terceiros.
Transferência de Marcola
Marcola foi transferido para Brasília em 25 de janeiro. O criminoso estava detido na Penitenciária Federal de Porto Velho e veio para a PFBRA. A operação de transferência foi coordenada pela Secretaria de Políticas Penais do Ministério da Justiça e realizada durante a tarde, sob forte esquema de segurança. O motivo da mudança de prisão, segundo revelou o ministro da Justiça, Flávio Dino, seria a existência de um suposto plano de fuga de Marcola da unidade.
Marcola havia sido transferido para Rondônia em março do ano passado. Ele havia saído exatamente da PFBRA. Na época, a remoção foi um pedido do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).
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