A convidada para o Podcast do Correio desta quinta-feira (23/3), a deputada distrital Jane Klébia (Agir), falou sobre o combate à violência contra a mulher e os anseios na política. Ela foi a primeira delegada eleita para a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Na bancada comandada pelas jornalistas Ana Maria Campos e Denise Rothenburg, o primeiro assunto da conversa foi a alta de casos de feminicídio no DF em 2023. “É estarrecedor. Se seguirmos com o mesmo ritmo dos dois primeiros meses do ano, período em que tivemos oito feminicídios, terminaremos o ano com o dobro da média histórica”, constata a parlamentar.
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Doutora Jane defende que é preciso concentrar esforços nas causas da violência, não nos números de mulheres mortas. “Eu falo de educação, sem a qual não existe transformação. Temos que mexer com a escola e com os agressores também. Só encontramos mulheres em palestras sobre violência doméstica”, observa. “Isso não é conversa só de mulher, é papo de família, sociedade, de homens, que, em regra, estão envolvidos na história”.
Jane chegou à Polícia Civil (PCDF) em 1999, como agente. Antes disso, ela enfrentou os desafios de crescer em uma família humilde, vinda da Bahia para a construção de Brasília. Ainda bebê, o pai abandonou a família e mãe assumiu o compromisso de cuidar sozinha dos dois filhos. “Com mãos de ferro, minha mãe nos fez estudar muito”, lembra a distrital, que trabalhou na enfermagem, na educação e, antes de ser eleita para a CLDF, na segurança pública.
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“Nunca tive um plano. Foi tudo estratégia de sobrevivência”, revela Jane. Ela contou que teve época que trabalhava em dois empregos e era aluna de direito, já com o objetivo de virar delegada. “Virei ninja em dormir em pé”, brinca Jane, que ainda tinha que cuidar dos dois filhos.
Servidora pública há mais de três décadas, ela decidiu coroar a exitosa carreira profissional encerrando-a na política. “O que eu quero, com muita humildade, é que, ao final dos quatro anos de mandato, os índices de violência tenham mudado em razão das medidas que nós tomamos. Para isso, estou buscando firmar acordos com grandes coletivos, como os da construção civil e as igrejas”, conclui.
A entrevista completa pode ser conferida no canal do Correio no YouTube e nas redes sociais oficiais do jornal.
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