O outono começou oficialmente na capital federal e a previsão é de que as chuvas perdurem até maio. Entre dezembro do ano passado e março deste ano — estação do verão —, o DF registrou precipitações na maioria dos dias, mas não alcançou a média esperada para o período, que era de 476,0 mm. Apesar do baixo volume, os temporais que atingiram Brasília trouxeram insegurança e medo para os brasilienses e colocou em alerta o risco para alagamentos e deslizamentos.
- Mudam as estações, mas as chuvas continuam até metade do outono
- Terça (21/3) deve ser com nebulosidade e chuva pela tarde no DF
A Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil (Sudec), vinculada à Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF), monitora 10 áreas de risco em 22 regiões de todo o DF. São locais que necessitam de maior atenção, principalmente no período chuvoso. O objetivo, segundo a pasta, é identificar possíveis ameaças e vulnerabilidades geotécnicas, estruturais e ambientais. Também são vistoriadas as áreas com declive acentuado, erosões, ou aquelas que sejam próximos a córregos, com precariedade em sistemas de drenagem de águas pluviais e ou de saneamento básico, além daquelas que apresentam fragilidades nas edificações.
Ao Correio, a Sudec ressaltou que executa ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas destinadas a evitar ou minimizar desastres, apoiando as ações dos órgãos de emergência, que fazem as primeiras intervenções.
Enxurrada
Devido às chuvas desta terça-feira (21/3), uma mulher teve a casa danificada pela enxurrada na Chácara Santa Luzia, em Ceilândia. Militares do Corpo de Bombeiros foram acionados para atender a ocorrência e, ao chegarem ao local, depararam-se com o muro, o portão e a parede interna da residência arrancados pela força da água. Em decorrência do grande volume de água, outros três imóveis próximos acabaram alagados.
No Sol Nascente, considerada a maior favela do Brasil, os moradores sofreram os impactos. Helena Batista, 24, relata as complicações de morar no local, principalmente na época de chuva. "Minha mãe é idosa e fica complicado para ela andar nas ruas por conta da lama", frisa. A operadora de caixa explica que deixou de levar suas filhas a alguns dias de aulas com receio de ser derrubada pelas enxurradas. "Minha mãe já caiu umas três vezes, na última vez ela foi levada pela enxurrada e só parou porque segurou em um poste. Ainda bem que foi só um susto e nada mais grave", lembra.
Aline Sampaio, 37, também mora no Sol Nascente, diz que tem sorte da casa dela ser alta, mas, quando a chuva está muito forte, ela acaba entrando. "Ninguém sai de casa para trabalhar. Quando a chuva acaba, tenho que esperar uns 20 minutos até a água acalmar para a gente conseguir passar. Esses dias que estava chovendo pela manhã, meus filhos estão faltando aula. Não tem condições deles conseguirem ir pegar o transporte", desabafa.
Uma solução para evitar esses desastres em área de risco é planejamento e readequação, como explica a urbanista Angelina Nardelli. "É compreender o caminho das águas no período das chuvas, aumentando as áreas de permeabilidade natural, além de readequar, a partir do crescimento das áreas urbanas, a drenagem artificial", aponta.
O que diz a meteorologia
O outono começou na segunda-feira (20/3) e, para os próximos dias, nada de seca, afirma o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O meteorologista Heráclio Alves conta que este começo de estação é um período de transição e o DF ainda terá as características de verão. "Para esta semana, terá um tempo mais chuvoso, principalmente no período da tarde, com o aquecimento diurno, e com chuvas a qualquer hora do dia", avalia o especialista. Já a segunda metade vai adquirindo as características do inverno, com tempo mais seco e frio. "As chuvas vão reduzindo", complementa.
Apesar das chuvas intensas, este ano, a quantidade de chuvas foi menor em comparação a média para a estação. O normal para todo o período é 608,22mm, mas o acumulado desde o início foi de 476mm — um déficit de volume de 132,2mm.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti
Saiba Mais
- Cidades DF Ibaneis mantém Edison Garcia na presidência da CEB
- Cidades DF Dia do Índio: 70 ambulantes poderão se credenciar para as festividades
- Cidades DF Estudante que anunciou massacre tinha a intenção de se exibir e ganhar fama
- Cidades DF TCDF dá sinal verde e cobrança de estacionamento rotativo ficará com a Semob
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.
Orientações
Fique atento à previsão do tempo para a sua região;
Conheça os principais problemas que podem afetar sua casa e sua região;
Não jogue lixo nas ruas, eles são facilmente levados aos bueiros e podem causar entupimento;
Mantenha calhas e ralos da sua casa limpos. Solicite a poda ou corte de árvores, sempre que perceber uma situação de risco de queda;
Tenha sempre lanternas e pilhas em condições de uso. Não use velas ou lamparinas devido ao risco de incêndio;
Fique atento a qualquer sinal de rachaduras no terreno ou nas paredes.
Fonte: Defesa Civil