O governador Ibaneis Rocha (MDB) extinguiu o "Gabinete da Preservação e Mobilização Institucional para promover a estabilização no âmbito do Distrito Federal”, criado após os atos antidemocráticos, que aconteceram no dia 8 de janeiro. A decisão foi publicada na edição desta terça-feira (21/3), do Diário Oficial do DF (DODF).
O gabinete de crise foi criado em 9 de janeiro pela então governadora em exercício, Celina Leão (PP), e teve como objetivo promover a estabilidade e segurança do DF, e ao mesmo tempo, auxiliar o interventor federal, Ricardo Capelli.
Na decisão publicada, Ibaneis pontua que levou em conta o "fim, em 31 de janeiro de 2023, do Decreto Presidencial de Intervenção Federal no DF", as medidas tomadas pelo gabinete de crise, e o "relatório sobre os fatos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 apresentado pelo interventor". No documento, Capelli apontou os principais "erros" que levaram à invasão e depredação da sede dos três poderes.
Relatório do interventor
Na entrevista coletiva de entrega do relatório, Ricardo Capelli, interventor, declarou que “ficou claro” o impacto da posse do ex-secretário de segurança pública do DF Anderson Torres, que gerou “instabilidade” na pasta. “Ele fez exonerações, trocas. Logo depois, ele viajou. O gabinete recebeu relatório de inteligência e não teve nenhum desdobramento”, afirmou.
Cappelli declarou que batalhões da segurança da capital federal não foram acionados para conter o avanço dos extremistas.
“Não houve plano operacional nem ordem de serviço. Não há registro de quantos homens iriam. O que houve, apenas, foi um repasse burocrático, um ofício recebido para algumas unidades pelo Departamento de Operações. Isso é central, quem faz é o Departamento de Operações da Polícia Militar. O chefe em exercício do DOP encaminha burocraticamente esse memorando para algumas unidades. Chama atenção, então, as duas questões: não houve plano operacional, nem sequer ordem de serviço”, disse o interventor do DF.
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