O adolescente de 14 anos apreendido por suspeita de planejar um massacre em uma escola de Santa Maria tinha a intenção de se exibir e ganhar fama como um criminoso de alta periculosidade, segundo as investigações da Polícia Civil do DF (PCDF). O menor foi capturado pela Polícia Militar (PMDF) na manhã desta segunda-feira (20/3). Com ele, os militares apreenderam um revólver (veja o vídeo da conversa).
Em uma conversa trocada com um colega e obtida pelo Correio, o menor se diz integrante da facção carioca Comando Vermelho (CV) e nega que ele seria o responsável por cometer o massacre na escola. “O cara da facção que vai fazer. Se ele matar alguém que eu conheço, pode ficar de boa, que vou estourar o crânio dele. Vou explodir o corpo dele na bala”, fala o adolescente.
O “cara da facção” ao qual o menor se refere seria um membro do Primeiro Comando da Capital (PCC). “O PCC não tem medo de polícia, não. Aqui, em Brasília, quem comanda é o PCC. Os caras só andam com arma de grande porte e botam medo em polícia”, afirma.
A todo o momento, o menor se declarava uma pessoa perigosa e comentava sobre a arma que guardava em casa. “Estou falando que é de brinquedo (a arma), que não mata de verdade. Já fiz até coisas com ela lá no Rio. Lá é mais legal para trocar. Aqui, não posso demonstrar que sou perigoso, porque os policiais já vêm falar comigo”, diz o jovem na conversa.
Exibicionismo
O adolescente foi monitorado pela Polícia Militar após a denúncia do plano divulgado nas redes sociais. Após ser apreendido, ele foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), assim como o revólver encontrado.
Em nota encaminhada à imprensa, a PCDF afirmou que o adolescente apreendido não pretendia, nem seu irmão, efetivar nenhum massacre em escola e que se trata de um episódio de “puro exibicionismo em que se vale de acesso a arma de fogo e das redes sociais para ganhar fama de indivíduo de alta periculosidade”. Quanto à afirmação de pertencer a uma organização criminosa, a polícia constatou que não procede.
A arma apreendida na casa do garoto pertencia ao avô dele, que tinha a posse do armamento. “[...] além das organizações criminosas por eles mencionadas não terem ação naquela região e, mesmo que tivessem, não haveria motivos para acreditar que recrutariam os adolescentes sem nenhum histórico de atos infracionais ou de passagens pela DCA, ou seja, sem nenhuma experiência no mundo do crime”, ressaltou a PCDF.
O adolescente está apreendido e permanecerá à disposição da Justiça.
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