Após o aumento de casos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP — vírus H5N1) identificados em diversos países da América do Sul, a Secretaria da Agricultura do Distrito Federal (Seagri-DF) divulgou uma série de ações para evitar a entrada da doença na capital, como a proibição por, no mínimo 90 dias, de qualquer aglomeração com participação de aves no DF e a recomendação do fechamento de aves criadas em piquetes (cercados de criação semi-intensiva). Especialistas avaliam que a situação está sob controle graças às condutas adotadas pelas autoridades.
Segundo a Seagri, o Brasil ocupa atualmente o status de maior exportador de carne de frango do mundo. No DF, a avicultura é expressiva e exporta mais de 70% da produção para outros países. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já havia reforçado as medidas de prevenção à doença no Brasil. Também conhecida como gripe aviária, a influenza se espalha de forma rápida, ocasionando a morte das aves e imensos prejuízos para produtores e para a economia.
Maior exportador
Professor de patologia aviária na Universidade de Brasília, Francisco Ernesto Moreno Bernal destaca que a gripe aviária prejudicará bastante a questão econômica e social do país, se houver ocorrência de casos. "O Brasil é o terceiro maior produtor e o maior exportador de frango de corte do mundo. Isso seria um baque para a agropecuária brasileira", avalia. Bernal ressalta também que, por enquanto, o país não tem focos de contaminação com influenza aviária. "Existe a atenção, porque todos os nossos vizinhos aparentemente estão apresentando surtos da doença", pontua.
Publicadas no Diário Oficial do DF, as medidas da Seagri-DF proíbem participação, por no mínimo 90 dias, de quaisquer espécies de aves em eventos agropecuários, encontros, torneios e exposições. Com isso, eventos foram cancelados e as aves que foram expostas em outros estados estão impedidas de retornar ao DF.
Cuidados
Em relação à transmissão entre as aves, o vírus é passado de forma eficaz através de aerossóis respiratórios, fezes e fluídos corporais, seja diretamente (proximidade hospedeiro-hospedeiro) ou indiretamente (água ou objetos contaminados).
A Seagri-DF recomenda que as aves criadas em piquetes sejam mantidas no ambiente interno do aviário para evitar o contato com as outras de vida livre. Francisco ressalta que, além das aves de granjas, outras espécies são muito suscetíveis à influenza aviária como patos, perus, gansos e gaivotas, podendo inclusive servir como vetor para o vírus sem apresentar as patologias clínicas.
Em 2022, a secretaria iniciou uma vigilância ativa com sorologia nas granjas de aves tecnificadas, e neste ano será iniciado o mesmo processo nos ambientes não tecnificados. Para que a doença não chegue ao Distrito Federal e o plano de emergência sanitária funcione, a Seagri-DF avalia que é fundamental a participação dos criadores, que devem ter cuidado com as aves que adquirem. "O alerta é para que as pessoas não tragam, em hipótese alguma, animais de outras regiões, especialmente de fronteira com outros países, onde existem casos de influenza, sem a guia de trânsito animal (GTA)", pontua.
Em humanos
Sobre uma possível infecção de gripe aviária em humanos, Francisco não vê um cenário de grande risco. O professor explica que é necessário outros mamíferos para produzir uma capacitação do vírus para que a doença possa ser transmitida e contaminar os humanos. "O Brasil é um país livre da doença e todas as medidas estão sendo implementadas. As pessoas podem continuar consumindo a carne de frango e ovo, porque não tem risco. Não temos porquê criar pânico", conclui.
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