Entorno

Jovem que teve cabelos cortados por rivais muda de cidade: "Foi melhor"

Em entrevista ao Correio, a vítima, que foi esfaqueada e solicitou anonimato para conceder entrevista, deu a versão dos fatos e negou que tenha zombado da mãe das autoras, que sofre de câncer. Autoras são integrantes de uma facção goiana

Darcianne Diogo
postado em 14/03/2023 23:01 / atualizado em 14/03/2023 23:01
 (crédito: Redes sociais)
(crédito: Redes sociais)

A jovem torturada e que teve os cabelos cortados por duas meninas em Alexânia (GO) decidiu se mudar para outro estado. Sob condição de anonimato, a vítima concedeu entrevista ao Correio e negou que zombou da mãe das acusadas ao dizer que ela morreria careca em decorrência de um câncer. As irmãs Sarah Aparecida Alves e Clara Laiz Alves, integrantes de uma facção goiana, respondem por tentativa de homicídio e estão presas no Presídio de Luziânia.

O caso foi noticiado em primeira mão pelo Correio. O crime ocorreu na madrugada de quinta-feira (9/3), no distrito de Olhos D’água, a 15km de distância do centro de Alexânia. Na versão contada pela vítima, a desavença entre ela e as duas irmãs começou depois das autoras sentirem ciúmes dela com uma outra menina.

“Elas acharam ruim eu estar andando com uma menina que eu tinha brigado anteriormente. Realmente éramos amigas, mas a Sarah é garota de programa e eu já queria me afastar dela. Então foi tudo por ciúmes”, relatou.

Irmãs são temidas na região pelos moradores
Irmãs são temidas na região pelos moradores (foto: Redes sociais)

A discussão logo tomou uma proporção maior e a vítima e as autoras começaram a trocar farpas pelas redes sociais, com mensagens ameaçadoras. No Instagram, Sarah publicou um texto em que disse: “É tão fuleira que colocou um noiado para tentar me intimidar. Tá achando que eu vou tremer, se eu não como terror nenhum de piranha, imagina de um corrozin safado. E os mano do corre já tá ligado nessa caminhada, vai sobrar para um, não vai ser para dois. Quero ver essa bixona na hora que o chicote estalar”.

Em outro post, Sarah escreveu, em tom de ironia, que nunca tinha feito nada com ninguém e que não chegaria a ponto de mandar a vítima para o IML. “Eu acho que você não tem uma compreensão real do que você se meteu. O recado tá dado. Você vai pagar pelo o que fez comigo, com minha mãe e com minha irmã.” E continua: “Seus dias nessa terra serão de tortura extrema, pois você viverá um verdadeiro inferno, conhecerá o verdadeiro cão que sou eu.”

A agressão

Na madrugada de quinta-feira, Sarah, Clara e outros dois homens saíram do centro de Alexânia até a casa da vítima, em Olhos D’água. A jovem conta que teve a casa invadida pelos criminosos e, sem chance dela reagir, iniciaram as agressões. “Eu segurei a faca, porque ela começou a cortar meu cabelo. Não chegou a raspar. Então, eu tomei a faca da mão dela e foi na hora que ela saiu correndo. Mas eles foram para me matar, só não me mataram porque tomei a faca”, detalhou.

A tortura foi registrada em vídeo por um dos meninos que acompanhava as irmãs. Na filmagem, a mãe da vítima chega a intervir nas agressões e defende a filha. Em outa gravação, uma das garotas mostra os cabelos da vítima cortados por ela. Ao serem presas pelas polícias Civil e Militar, na manhã de quinta-feira, as criminosas alegaram que cortaram o cabelo da jovem por ela dizer que a mãe delas, que sofre de câncer, morreria careca.

A versão, no entanto, é contestada pela vítima. “Em nenhum momento eu falei do câncer da mãe dela, Jamais. Eu simplesmente disse que, ao invés dela estar brigando comigo, ela poderia estar cuidando da mãe que está com câncer. Foi quando ela começou a fazer várias ameaças, inclusive dizendo que cortaria o meu cabelo. Alguém inventou isso pra justificar a agressão delas”, desabafou. Ainda de acordo com a jovem, não é a primeira vez que Sarah e Clara tomam atitudes como essa na cidade.

A jovem contou que se mudou com a família para outro estado. “Não vou mais voltar (para Olhos d’Água). Foi uma decisão que eu já vinha pensando em colocar em prática há um tempo”, disse.

Sarah e Clara permanecem presas. As duas passaram por audiência de custódia e tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça.

 

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