Animais de estimação

Seu pet desapareceu? Confira algumas dicas para encontrar o "fujão"

Por diversas razões, os bichinhos de estimação às vezes desaparecem. Para reencontrá-los, tutores espalham cartazes, postam fotos em redes sociais e até contratam um profissional especializado em busca por animais domésticos

Mariana Saraiva
postado em 13/03/2023 06:00
Quem tiver informações sobre a cachorrinha Mel pode ligar para o telefone (061) 98258-4975. -  (crédito: Arquivo Pessoal )
Quem tiver informações sobre a cachorrinha Mel pode ligar para o telefone (061) 98258-4975. - (crédito: Arquivo Pessoal )

Para os tutores, os animais de estimação são como filhos. A relação afetiva é genuína e, quando o bichinho some — seja por fuga e não encontrar o caminho de casa seja por ser raptado por alguém — bate o desespero. Ferramentas rápidas e sem muito custo existem para ajudar, como espalhar cartazes pela vizinhança e fazer postagens com fotos nas redes sociais. Mas há casos em que existe a necessidade de um esforço maior. Para solucionar esses casos de desaparecimento mais difíceis, existem os detetives particulares de pets.

Parece até coisa de filme, mas não é. Assim como existem cães treinados pela polícia para fazer buscas de humanos a partir do seu faro poderoso, há também humanos treinados para encontrar os seres de quatro patas. Esses profissionais fazem uma busca minuciosa pelo animal com o uso de diversas estratégias de localização. Deusdete Correa é um desses profissionais e atua no Distrito Federal e Entorno. Ele fez o curso de investigador em 2011 e, em 2016, começou a atuar com esse público mais específico. "Tudo começou quando o animal de estimação de um amigo sumiu. Ele me pediu ajuda para procurar, e eu consegui encontrá- lo. Daí, surgiu a ideia de trabalhar nesse segmento", recordou o profissional.

  • Quem tiver informações sobre a cachorrinha Mel pode ligar para o telefone (061) 98258-4975. Arquivo Pessoal
  • Procure-se a Mel Panfleto de divulgação
  • A cadela Nicole voltou para casa com a ajuda de um detetive pet Arquivo Pessoal
  • Com a basset hound Luna, Deusdete localizou vinte "fujões" neste ano ED Alves/CB/D.A.Press
  • Detetive Pet. Na foto, Deusdete Correa. ED ALVES/CB/D.A.Press

Os detetives para encontrar pets são a esperança em um momento de desalento para os donos. Durante a trajetória de investigação de animais, Deusdete apurou mais de 20 casos pela capital. Só em 2023, já foram localizados oito bichos. O detetive utiliza vários métodos para encontrar os bichinhos. "Eu utilizo binóculo, microfone direcional para escutas em ambientes, que me permite ouvir latidos e miados de pets até 500 metros de distância. Outro método que também pratico é a panfletagem com a foto do pet desaparecido, colagem em paradas de ônibus, entre outros", detalhou.

Aflição no lar

O serviço não é barato. O cliente que quiser contratar um detetive vai precisar desembolsar cerca de R$ 3 mil. Uma parte é adiantada, e o restante é pago somente se o animal for encontrado. O valor é referente a cinco dias de procura, por oito horas diárias. Deusdete, que é dono da basset hound Luna, entende o desespero de quem perde o animal e conta que é emocionante quando consegue encontrar os fujões. "É muito bom ver a felicidade das pessoas quando reveem seu pet, a emoção é muito grande, como se fosse um filho retornando para casa", contou o detetive.

A comerciante Natali Thaynara, 23 anos, moradora de Samambaia, não poupou recursos para encontrar a shih tzu Nicole, de 9 anos. "Ela sumiu na madrugada de 16 de fevereiro, eu estava chegando de uma festa, abri o portão, ela saiu e eu não vi", contou a comerciante. Na internet, a tutora encontrou os serviços do detetive pet e resolveu contratá-lo. "Eu tinha pressa, a Nicole é uma cachorrinha idosa, que necessita de cuidados", contou. Uma semana depois do início das buscas, a cadela foi encontrada, no Guará. A comerciante relembra o fato como uma experiência desesperadora e hoje está feliz por poder dividir a cama com Nicole novamente.

Infelizmente, nem todos os casos são solucionados em pouco tempo. Alguns demandam mais tempo e exigem uma apuração mais consistente. Esse é o caso da caramelo Mel, desaparecida há quatro meses na SQS 307. A tutora, Ana Catarina, 56, tem vivenciado um período de angústia e desespero à procura da cachorrinha que, até o momento, segue desaparecida. As buscas têm sido incansáveis, tanto por parte do detetive Deusdete, quanto por Ana e sua família. Ela conta que anda em média oito quadras, todos os dias, à procura da Mel. "Não tive Natal, não tive ano-novo. Durmo e acordo pensando nela", lamentou.

A filha de Ana, também abalada pelo acontecimento, encontrou os serviços de detetive pet na internet, e entendeu que seria uma boa alternativa. Deusdete revelou que as buscas pela Mel estão a todo vapor e acredita que a demora seja porque a cadela esteja com alguém próximo de onde sumiu, ou foi levada para outra cidade fora do DF e do Entorno. Mesmo com essa possibilidade, o detetive acredita que a Mel será encontrada. "Sofro muito em imaginá-la nas ruas. É muito triste, fico depressiva. Acendo uma vela todos os dias pedindo para ela voltar para casa", desabafa a tutora, Ana.

Precauções

A última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), realizada em 2021, pelo Instituto de Pesquisa e Estatística (Iped), mostrou que 49,6% das pessoas que vivem no DF tem pelo menos um animal de estimação. Cerca de 41,9% têm cachorros, 11,1% possuem gatos, 5% criam aves, 2,3% cuidam de peixes e 1,4% se dedicam a outros animais. A média é que esses animais façam parte de 390 mil lares brasilienses.

A diretora da Associação de Protetores de Animais do DF (ProAnima), Mara Moscoso, orienta sobre a importância de os tutores colocarem uma plaquinha de identificação nos pets, contendo nome do bichinho e do dono e telefone de contato. "Quando esse animal fugir, é muito mais fácil alguém encontrar. Quem vê a identificação, consegue devolvê-lo para o dono", alerta a diretora.

Mara também recomenda que o passeio com os pets seja feito com coleira e guia e nunca com eles soltos acompanhando o dono. Importante, ainda, que o condutor seja sempre uma pessoa que tenha força para segurar o animal, caso ele tente fugir. Por fim, a diretora destaca a importância de castrar os animais. "Tanto a fêmea quanto o macho tendem a tentar fugir no período do cio para tentar cruzar," finaliza.

 

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