CPI

Ex-subsecretária diz que Torres ligou abalado após atos antidemocráticos

Na noite do 9 de janeiro, ex-secretário de Segurança Pública do DF telefonou para a subsecretaria de Inteligência bastante abalado e chateado pelos atos golpistas

Pablo Giovanni
postado em 09/03/2023 11:52 / atualizado em 09/03/2023 11:56
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, a ex-subsecretária de Inteligência Marília Ferreira Alencar revelou uma ligação entre ela e o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres. “Ele me telefonou na segunda-feira, 9 de janeiro, salvo engano, à noite. Ele estava com a voz muito abalada e estava muito chateado. Ele estava bem abalado”, diz Marília.

Assim como a ex-subsecretária, Anderson Torres também telefonou para o ex-secretário Fernando de Sousa Oliveira. Na última semana, Fernando contou aos integrantes da comissão que o ex-chefe da pasta telefonou para perguntar sobre o porquê de os oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) não terem cumprido o plano de segurança.

“Foi uma conversa rápida (…), eram umas 23h. Eu tinha trabalhado o dia inteiro na desocupação do QG (do Exército), porque estava à disposição do interventor Ricardo Cappelli. Ele (Torres) fez uma ligação questionando e perguntando qual erro por parte da PM (que) não tinha executado o plano, acordado na sexta-feira (6/1). Eu disse que não tenho acesso (ao plano). A PMDF não me apresentou (esse plano)”, disse, à época.

Sem falhas

Marília relatou à CPI que tudo que chegou na subsecretaria de Inteligência de informação sobre o 8 de janeiro foi repassado para as áreas operacionais. “Não acho que a Inteligência fracassou. Todas as informações circularam. Tudo que tinha foi recebido e repassado”, disse. “Na inteligência, eu posso afirmar que as informações fluíram. Tudo que chegou (na subsecretaria) foi analisado, informado e repassado”, completa.

Ela é ouvida no plenário da Câmara Legislativa do DF (CLDF), na manhã desta quinta-feira (9/2). Marília é ex-subsecretária de Inteligência da SSP e delegada da Polícia Federal.

Datas definidas

O calendário da CPI para março está fechado. Após a oitiva de Fernando de Sousa Oliveira e Marília, os integrantes da comissão pretendem ouvir Anderson Torres na próxima quinta-feira (16/3), em sala exclusiva na CLDF. A decisão de ir ou não depor é do próprio ex-secretário.

O ex-secretário da SSP-DF delegado Júlio Danilo deve ser ouvido pelos distritais no dia 23, assim como o tenente-coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto. Em 30 de março, será a vez do ex-comandante e coronel Fábio Augusto Vieira.

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