Correio Debate

Thiago Pierobom diz que o feminicídio tem como pano de fundo o machismo

O palestrante é titular da 2ª Promotoria de Violência Doméstica em Brasília e colaborador do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT. Ele participou do debate proposto pelo Correio sobre o Combate ao Feminicídio

Mariana Albuquerque*
postado em 07/03/2023 17:28 / atualizado em 07/03/2023 17:29
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB Press/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB Press/D.A Press)

Thiago Pierobom, titular da 2ª Promotoria de Violência Doméstica em Brasília e colaborador do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT afirmou que no DF, os feminicidas têm sido punidos, porém não é só este o problema que a cidade precisa enfrentar. 

"Na parte da pesquisa que fiz, no DF, com segurança podemos afirmar que não existe impunidade para feminicídio. Sei que esta talvez não seja a realidade das demais unidades federativas. A pesquisa que nós analisamos, a pessoa que prática feminicídio só tem três destinos: ou ele pratica o feminicídio e comete suicídio em sequência, isso é em 10% dos casos; ou ele vai fugir para o interior; ou ele vai ser preso, vai ser levado ao júri e vai ser condenado, e cumprir uma pena média de 20 anos de prisão", afirmou.  

Pierobom é um dos palestrantes do evento desta terça-feira (7/3) sobre o combate ao feminicídio: uma responsabilidade de todos. Ao lado do promotor participaram também Cristina Tubino, presidente da Comissão de Enfrentamento da Violência Doméstica da OAB/DF, e Jane Klebia do Nascimento, delegada e deputada distrital.

No primeiro discurso, Thiago ressaltou que só um quarto das mulheres que já sofreram com violência registraram ocorrência, segundo uma pesquisa acadêmica feita pelo mesmo. "100% desses casos de feminicídio estavam ligados a padrões de comportamentos machistas, sexistas e que, por conta dessa ideia de controle e disciplina sobre a mulher, evoluíram até chegar ao feminicídio", disse, durante apresentação do painel.  

"O X da questão não é que eu não quero ser eficiente em só punir os feminicidas, eu quero que não ocorra feminicídios. E para isso, eu não posso olhar só para a punição, porque a punição está ocorrendo aqui no DF. Cada uma daquelas ocorrência policiais, sejam elas ameaça, prisão, briga, perseguição... elas são uma oportunidade para evitar que o caso evolua para o feminicídio", concluiu o promotor.

O evento tem o objetivo de promover um ambiente de discussão que amplie a agenda de ações locais a uma esfera que ofereça a visibilidade necessária a essa questão, que é humanitária e de interesse nacional. Estão previstos três painéis, com diversos convidados, que vão discutir o assunto.

O terceiro painel, que ainda irá começar, será discutido o papel da sociedade no combate ao feminicídio. O encerramento tem participação prevista do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli.

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

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