VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Evento do Correio tem como objetivo unir a sociedade contra o feminicídio

O Correio Debate reúne autoridades e especialistas para discutir ações efetivas de enfrentamento à violência doméstica. Só este ano, oito mulheres perderam a vida no DF, vítimas de atos covardes de companheiros ou ex-companheiros

Pedro Marra
Carlos Silva*
postado em 07/03/2023 05:45 / atualizado em 07/03/2023 11:33
 (crédito: produção)
(crédito: produção)

A violência contra a mulher por parte de seu companheiro não é algo que se restringe às paredes de um lar e não deve ser banalizada. É uma situação que atinge as famílias, a comunidade ao redor e toda a sociedade, que deve se engajar no enfrentamento das ocorrências antes que elas se transformem em tragédias.

No Distrito Federal, oito mulheres foram assassinadas somente este ano — e é preciso dar um basta a essa sequência alarmante. No Correio Debate, que será realizado hoje, o objetivo é promover um ambiente de discussão que amplie a agenda de ações locais a uma esfera que ofereça a visibilidade necessária a essa questão, que é humanitária e de interesse nacional.

Com o tema "Combate ao feminicídio: responsabilidade de todos", o seminário promovido pelo jornal reúne autoridades governamentais, empresariais e acadêmicas. O evento ocorre das 14h às 18h, no auditório do Correio, com transmissão ao vivo pelas redes sociais e em site especial. Ao final, o conteúdo ficará disponível e poderá ser visualizado a qualquer momento.

De acordo com a colunista do Correio Ana Maria Campos, que mediará o debate, "o feminicídio está se tornando uma epidemia no nosso país" e, por isso, é de suma importância realizar um evento como este, para reunir toda a população. "Toda a sociedade precisa colaborar, porque, neste caso, o algoz muitas vezes é alguém de dentro de casa, de quem quase sempre a vítima tem dependência emocional e financeira. Mas não é um fenômeno restrito a nenhuma classe social. O Correio busca engajar a sociedade em um pacto nacional para salvar as mulheres", afirma.

Apoio da mídia

A coordenadora da editoria de Cidades do Correio, Adriana Bernardes, que também será mediadora do encontro, chama a atenção para a divulgação de ações de proteção às vítimas, bem como dos esforços feitos para isso. "Divulgar ações e políticas voltadas para as vítimas e acompanhar o que as autoridades têm de ações e quais investimentos estão sendo feitos é o papel, não só da imprensa, como de toda a sociedade", pontua a jornalista. Ela também destaca a importância da presença da sociedade nessa discussão, e a ótica plural de diversos painéis e nomes voltados para a questão, a fim de entendê-la. "O combate e a prevenção ao feminicídio são temas complexos que exigem olhares diversos e o envolvimento de diferentes órgãos do poder público, além da participação da sociedade civil", comenta.

A jornalista também reforçou o papel dos veículos de mídia na promoção da discussão deste tema, para que possamos compreender a razão de tão hediondos crimes. "Precisamos falar e precisamos ouvir sobre as razões que levam homens a assassinarem as mulheres, na perspectiva de gênero, para que possamos ter uma sociedade em que a mulher exista, de fato, como ser pleno de direitos, como está escrito na Constituição Federal", ressalta.

Para a superintendente de negócios e marketing do Correio Braziliense, Valda César, a discussão para a garantia desses direitos é importante para uma empresa de comunicação que abraça a causa e realiza o evento com esse nível de informação. “O Correio presta um papel muito grande para a sociedade, e como vamos dar uma ampla cobertura para o tema, com pessoas que estudam a causa e se propõem a trazer mudança. Vamos continuar atuando fortemente na causa, como empresa de comunicação que quer levar informação e abrir espaços para quem de fato está envolvido”, opina.

Com a criação da Lei do Feminicídio, em 2015, o delito passou a ser um homicídio qualificado e entrou na lista de crimes hediondos. Dessa forma, Valda acredita que a importância maior foi a aprovação da lei. "A partir dela, pode-se estabelecer medidas para combater a realidade de hoje. Essa lei está mudando a realidade e permitindo que esses casos sejam monitorados”, conclui a superintendente de negócios e marketing do Correio.

Programação

Na abertura, estão previstas as presenças da governadora em exercício do DF, Celina Leão, e da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

O primeiro painel tem como tópico principal "De casa à escola: o caminho da mudança", com a superintendente do Sebrae/DF, Rose Rainha; a juíza do TJDFT e especialista em gênero Rejane Jungbluth Suxberger; a antropóloga, professora emérita da UnB e doutora em Ciências Humanas Lia Zanotta Machado; e a psicóloga da Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor do Ministério da Saúde, Valéria Brito.

Após a participação de Fabriziane Zapata, juíza do Núcleo do Judiciário da Mulher do TJDFT, o debate segue para o segundo momento, que tem como tema "Avanços na legislação e desafios da implementação". Para este momento, foram convidados Thiago Pierobom, titular da 2ª Promotoria de Violência Doméstica em Brasília e colaborador do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT; Cristina Tubino, presidente da Comissão de Enfrentamento da Violência Doméstica da OAB-DF; e Jane Klebia do Nascimento, delegada da Polícia Civil e deputada distrital.

No terceiro painel, será discutido o papel da sociedade no combate ao feminicídio. Neste momento, participam a ministra do Superior Tribunal Militar Maria Elizabeth Rocha; a secretária de Estado da Mulher do DF, Giselle Ferreira; e a advogada Daniela Teixeira, autora da Lei Federal nº 13.363 de 2016.

O encerramento tem participação prevista do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli. O vice-presidente executivo do Correio, Guilherme Machado, finaliza o evento.

*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti

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