"É revoltante. Ele está com febre de mais de 39ºC, chorando de dor e sem atendimento. Dizem que eles só atendem quem está com a pulseira vermelha", relata Livia Ribeiro, 36 anos, mãe de Bernardo, 5 meses, no Hospital Materno Infantil de Brasilia (Hmib). Lívia chegou com o filho às 3h para atendimento e até as 9h não tinha nenhuma orientação. "Eles falam que tem médico, mas não tem lugar para internação. Mas quem diz que todo caso é de internação? Às vezes é necessário só uma medicação, um exame. Eles não querem fazer o mínimo", reclama.
Outras famílias também relatam espera de mais de 9 horas. Claudivania Marques é mãe de Ingrid Vitória, de 1 ano e 3 meses. A menina tem síndrome de Down, só se alimenta por meio de sonda e está desde domingo (5/3) sem comer. "A polícia veio, conversou com o pessoal do hospital mas não resolveu nenhum problema", afirma Claudivania, indignada.
Durante a apuração da reportagem, Claudivania foi chamada para o atendimento da filha, mas ela contou ao Correio que só a chamaram para dentro do hospital, pois o atendimento até o momento da publicação da reportagem não havia sido efetuado.
Essas são apenas algumas das queixas de pacientes do Hmib. Alessandro Santos, pai de Levi Ferreira, de um ano e meio, conta que conseguiu atendimento depois de cinco horas: "Meu filho estava com febre, mas consegui atendimento. Durante esse tempo que fiquei, vi pais desesperados por conta da situação dos filhos."
Alessandro diz que viu uma mãe com o filho que tem uma doença rara esperar mais de 19 horas por um atendimento. “Ela diz que, de dois em dois meses, tem que procurar ajuda médica por conta do problema raro dele. A mãe acabou indo embora", acrescenta.
A diretoria do hospital foi procurada pelo Correio, mas não se manifestaram até a publicação desta matéria.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que a escala do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) encontra-se completa, com três pediatras na emergência. No entanto, a alta demanda de atendimento nas emergências de Pediatria está ocorrendo devido à sazonalidade das doenças respiratórias em crianças, o que requer maior atenção dos médicos às crianças internadas.
Ainda de acordo com a pasta, no início deste mês, foram abertos 14 novos leitos de enfermaria na unidade. A ampliação tende a reduzir o tempo de espera por atendimento. E destacam que nesta segunda-feira (6/3) serão inauguradas cinco UTIs de alto padrão com profissionais treinados no Hospital da Criança de Brasília (HCB). Todas as crianças que aguardam atendimento são classificadas de acordo com a gravidade do caso.
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