O Dia Mundial da Obesidade, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorre anualmente em 4 de março. A data foi criada com o intuito de divulgar informações sobre a condição, a prevenção, e uma das maneiras de diminuir o estigma social que acompanha a doença.
É importante abordar os riscos que a obesidade pode trazer, sendo uma comorbidade que pode favorecer o surgimento de outras doenças, mas também esclarecer que ela é multifatorial, ou seja, causada por uma série de outros fatores que também trazem riscos à saúde.
“A pessoa pode estar acima do peso, mas não é isso, que por si só, vai causar um câncer. A obesidade costuma vir associada a uma série de outros comportamentos que também predispõe a doença, como sedentarismo e alimentação rica em industrializados”, comenta o oncologista do Cettro (Centro Clínico de Câncer de Brasília) e diretor científico do Instituto Unity, Paulo Bergerot.
Com essa ressalva importante, principalmente no combate ao estigma e ao preconceito, Paulo aponta que cerca de 20% de todos os cânceres possuem relação direta com a obesidade. Estudos mostram que 13 tipos de câncer estão ligados ao excesso de gordura corporal, entre eles o câncer de endométrio, sete vezes mais comum em pessoas com obesidade grave e duas a quatro vezes mais comum naquelas com sobrepeso, o adenocarcinoma esofágico, cerca de quatro vezes mais prevalente em pessoas com obesidade grave, e os cânceres gástrico, de fígado, estômago e rim, duas vezes mais prováveis em pessoas com obesidade grave.
Por que a gordura é tão prejudicial?
Como e por que esse excesso se torna um fator de risco no surgimento do câncer? Segundo Paulo, os fatores são múltiplos. Entre eles, o oncologista destaca as inflamações crônicas, um dos principais elementos que facilitam o processo de transformação de uma célula saudável em uma maligna.
Outros fatores que promovem inflamações crônicas são o sedentarismo, o tipo de alimentação, a qualidade do sono e a ingestão de água em quantidade inferior ao necessário. Quando ocorrem essas inflamações, são liberadas no organismo proteínas que promovem desbalanços metabólicos e consequentemente, o possível adoecimento de células.
O tecido adiposo, também produz estrogênio em excesso, o que impacta o funcionamento normal dos órgãos mais sensíveis ao hormônio, como as mamas, o endométrio e o ovário, aumentando as chances desse tipo de câncer. O excesso de gordura promove ainda o aumento na produção de insulina, aumentando o risco de diabetes e de vários tipos de câncer, como intestino e rim.
Outros elementos que unem a obesidade a maiores chances de surgimento de câncer é que as células adiposas promovem a produção excessiva de moléculas que estimulam o crescimento de células aberrantes, as que perdem a capacidade de limitar e controlar o seu próprio crescimento, multiplicando-se rapidamente e sem controle. Em contrapartida, outra molécula, que ajuda o corpo a se proteger e limitar o surgimento de células aberrantes, é menos abundante em pessoas com excesso de gordura.
Como prevenir
Um dos pontos fundamentais quando se aborda a prevenção de uma doença multifatorial são hábitos de vida saudáveis. De acordo com a OMS, 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados se os fatores de risco fossem eliminados pelos pacientes, tais como a má alimentação, o sedentarismo, a ingestão de bebidas alcóolicas e alimentos ultraprocessados, entre outros.
Especialistas e estudiosos da área, ressaltam a importância do desenvolvimento de políticas públicas focadas em orientar a sociedade sobre hábitos alimentares pouco saudáveis, como ingestão de gorduras, açúcares e produtos industrializados em excesso.
Uma dieta considerada saudável é aquela na qual a pessoa tem a orientação de um nutricionista ou nutrólogo, com um cardápio rico em alimentos integrais, frutas, verduras, proteínas de carne branca. Limitar o consumo de carne vermelha, carnes defumadas e processadas, e bebidas açucaradas e alcoólicas em geral, também está entre os pontos de que contribuem para uma alimentação mais adequada.
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