Chlisman Toniazzo, de 31 anos, nascido em Santa Catarina e hoje morador do Distrito Federal, foi criado em ambiente evangélico, no qual tentou de tudo para negar a própria sexualidade. Ele passou por tratamentos que prometiam a "cura gay" e, aos 15 anos, chegou a procurar líderes de outras congregações para uma possível "conversão". Mesmo assim, o jovem acabou expulso de casa aos 18 anos, após o pastor da igreja que a família frequentava descobrir e expor a sexualidade dele.
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Em relato ao Correio, Chlisman conta que pediu ajuda a um pastor amigo, pois tinha medo da reação da família ao descobrir a sexualidade dele."Não sabia exatamente como seria a reação deles (da família) e nem como iriam lidar com isso", conta.
A partir desse momento, Chlisman começou a seguir as orientações do pastor. Um dos pedidos foi para que ele encontrasse uma moça da igreja e a namorasse. "Eu tentava a todo custo gostar dela como namorada, mas a verdade é que eu não conseguia nem estar perto dela nesse sentido. Para mim isso era um sacrifício muito grande, eu me forçava muito", relembra.
Com isso, ele começou a questionar a própria fé. "Isso mexeu muito comigo, porque percebi que eu não poderia ser uma pessoa plena, uma pessoa feliz, com aquilo que eu queria, com aquilo que era minha convicção de fé teológica".
Durante toda juventude, Chlisman tentou viver a sexualidade da maneira mais discreta possível, até que um líder da igreja em que frequentava descobriu o relacionamento dele com outro menino, e sugeriu que ele "resolvesse" a sexualidade antes que ele comunicasse para a família.
No entanto, o pastor não esperou, e durante uma conversa com a família de Chlisman, revelou que o jovem era gay.
Uma das primeiras atitudes da mãe foi enquadrar o filho: "ou você sai dessa vida ou você vai viver longe da sua família".
Sem saída, o jovem saiu de casa aos 18 anos e passou a ter responsabilidade de adultos. No entanto, acabou enfrentando um momento de depressão em que tentou tirar a própria vida.
Após tantos adversidades, um amigo próximo o recomendou um debate entre pastores que era transmitido em um programa de TV. Na discussão, um dos pastores era gay — fato que mostrou para Chlisman que era possível manter uma relação com a fé sem abrir mão da própria sexualidade.
A partir desse momento, Chlisman decidiu se aprofundar nos estudos da fé. Aos 20 anos, terminou um seminário de teologia e passou a aperfeiçoar estudos sobre grego e hebraico para entender os textos bíblicos no idioma em que foram escritos. "Através de grupos de estudo, conheci mais a fundo e entendi que sim, eu poderia ser gay e cristão ao mesmo tempo. Ouvi um chamado do Senhor para acolher pessoas que, assim como eu, talvez não teriam tanto acesso a essas informações."
Após três anos de estudo, ele decidiu iniciar um trabalho na sala da própria casa, em Curitiba, onde passou a receber e acolher pessoas em um culto. "A igreja começou na sala da minha casa, depois no salão de um hotel em Curitiba. Ficamos desenvolvendo esse trabalho, onde muitas pessoas foram chegando, sendo curadas das questões emocionais, psicológicas e espirituais que traziam. Isso foi me trazendo ainda mais convicção, porque eu fui percebendo os testemunhos."
Criação da Arena Church em Brasília
No final de 2018, quando tinha 26 anos de idade, Chlisman chegou em Brasília para morar e decidiu começar uma comunidade do zero. Ao lado de um amigo chamado Fernando Oliveira, eles fundaram a Arena Church, uma igreja em Taguatinga. "Nesse processo vamos pregando para as pessoas, trazendo para perto e ministrando a vida delas. Juntamente com esse irmão, nós iniciamos uma comunidade cristã aqui", diz.
A Arena Church conquistou um grande número de fiéis pela postura apostólica afirmativa e inclusiva, onde pessoas LGBTQIA+, como Chlisman, não são apenas aceitas, mas têm um lugar de acolhimento onde podem ministrar a própria fé sem abrir mão de quem são.
Arena Apostólica Church
Onde: St. E Sul, CSE 6, em Taguatinga
Cultos: Domingo, às 18h, e terça-feira, às 20h
Mais informações: instagram.com/arenaapchurch
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori
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