Na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Fernando de Sousa Oliveira, detalhou que o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) cobrou quatro relatórios diários dele durante o período de ausência do então secretário Anderson Torres.
Logo que Torres viajou para os Estados Unidos, na noite da sexta-feira 6 de janeiro, após uma reunião sobre o Plano de Ações Integradas, o número 2 da SSP, durante a ausência do titular, recebeu demandas do governador Ibaneis. De acordo com ele, quatro relatórios diários foram solicitados nos dois dias (7 e 8 de janeiro).
“O governador me pediu quatro relatórios diários. Isso infere que ele está dirigente, querendo saber como é que andava. Ele falou: ‘dr, eu quero que você me passe quatro relatórios diários’. Eu falei ‘prontamente!’. Comuniquei ao meu superior hierárquico, Anderson Torres, que ele (Ibaneis) me pediu relatórios diários e ele me deu o ‘ok’”, detalhou.
“Conversei com ele (Ibaneis) duas ou três vezes, no sábado e, no domingo, encaminhei 8h da manhã o primeiro relatório. Às 13h, enviei outro relatório e, após as invasões, ele me ligou e determinou colocar todo o efetivo na rua e a dispersão total de quem tivesse passado pelo quadradinho (primeira tropa da PM na Esplanada)”, completou.
O ex-secretário Anderson Torres estava nos Estados Unidos quando aconteceram os atos de 8 de janeiro. Oliveira afirmou que o ex-ministro de Bolsonaro não o apresentou pessoalmente a Ibaneis e aos comandantes da PMDF.
“Não houve a apresentação formal. O secretário Anderson (Torres) disse que tinha uma agenda, posterior, a qual seria cumprida. Eu, com a viagem dele (aos EUA), assumiria a secretaria por meio de portaria na segunda-feira (9/1), na qual o secretário estaria de férias. A partir daí, iniciaria as apresentações oficiais. No período do dia 4 ao dia 8, não houve nada oficial da minha pessoa”, disse.
O ex-braço direito de Torres depõe, na manhã dessa quinta-feira (2/3), na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa. Logo após, a oitiva será da ex-subsecretária de Inteligência e também delegada da PF Marília Ferreira Alencar.
CPI
Após a oitiva de todos os depoentes, nessa primeira fase, existe a expectativa de serem lidos outros itens para discussão e votação sobre a convocação de mais envolvidos. Entre eles, estão os envolvidos na tentativa de atentado a bomba na véspera de Natal, no Aeroporto de Brasília, e do interventor federal da segurança pública Ricardo Cappelli.
A comissão de inquérito é formada por Chico Vigilante (PT), presidente, Jaqueline Silva, vice-presidente, Hermeto, relator, Pastor Daniel de Castro (PP), Robério Negreiros (PSD), Joaquim Roriz Neto (PL) e Fábio Felix (PSol).
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