No primeiro painel do evento Entre os Eixos do DF, promovido pelo Correio, o diretor de Patrimônio Material do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Andrey Rosenthal Schlee, defendeu que é necessário preservar Brasília e o tombamento da capital da República.
“Como que se preserva o tombamento? É identificando aqueles valores que, de fato, levaram e justificaram o tombamento. Como as características urbanas da cidade, (que são) únicas; a relação das quatro escalas entre si, que não estão distantes; e a base verde”, disse o diretor.
Representando a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o presidente do Iphan, Leandro Grass — que foi para uma missão, em Manaus (AM) —, o diretor que a área verde de Brasília é confundida, por má fé, como área passível a construções. “A área verde de Brasilia é a base dessa cidade. Brasília é uma cidade parque. Não está no texto do Lúcio (Costa), porque nem tudo está no texto dele. Tem muita construção posterior e muita melhoria”, afirmou.
“O último segredo, que não é segredo para ninguém — e que necessita de uma educação patrimonial — é: se nós acreditamos que Brasilia tem, de fato, qualidades únicas, nós temos que lutar para levá-las para as demais cidades do Distrito Federal e para as demais cidades brasileiras, porque não haverá a pressão que Brasília sofre”, destacou.
Schlee acrescentou que, se houvesse esse trabalho, não existiria "a vontade" de acabar com os espaços verdes de Brasília. “Com isso, a gente só não preserva Brasília, como também derruba um pouco essa ideia de que preservar Brasília é um luxo de poucos. Não é de poucos, (mas) de muitos”, complementou o diretor do Iphan.
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