Começou, ontem, a aplicação de doses dos imunizantes da Pfizer Bivalente. Em um primeiro momento, a Secretaria de Saúde recebeu 181.440. O público contemplado na primeira etapa é aquele com mais de 70 anos; as pessoas abrigadas em instituições de longa permanência com idade a partir de 12 anos; os imunocomprometidos; os indígenas; a população ribeirinha e os quilombolas.
Com as quatro doses imunizantes contra a covid-19 no braço, a aposentada Teresinha Alves, 72 anos, procurou a unidade básica de saúde nº 13 para receber o reforço da bivalente. "Estar aqui é cumprimentar meu bem-estar. Quantas doses forem necessárias, eu estarei aqui tomando", comenta a senhora, que sempre procura os postos no primeiro dia de campanha. "A gente viu o resultado da vacina, e foi a melhor coisa que já apareceu", destaca a moradora da Asa Norte, ressaltando que incentiva outras pessoas a tomarem.
Para a gerente da Rede de Frios Central, Tereza Luíza Pereira, o avanço da vacina contra a covid-19, entre os brasilienses, é de extrema importância, pois a vacina bivalente oferece proteção contra a variante original do vírus causador da covid-19 e contra as cepas que surgiram depois, como a Ômicron. "A importância dessas doses é impedir uma nova onda agressiva, reduzir os casos graves, hospitalizações e óbitos", diz.
Nesta primeira fase da campanha, Maria Lúcia Guimarães, 79 anos, e o marido Carlos Fernando Guimarães, 83, procuraram o posto para tomar a vacina logo no primeiro dia. O clima nos postos de vacinação eram de felicidade por parte da população por estarem tomando mais uma dose contra a covid-19, que levou mais de 11 mil pessoas ao óbito no DF. "Desde 2000, estamos sempre aqui vacinando. Tudo que é recomendado a gente vem atrás no posto", comenta Carlos.
Para a maioria da população, é ótimo saber que existem mais doses disponíveis na rede pública, como explica Maria Lúcia. "O bom de tomarmos a vacina é porque podemos sair de casa sem tantas preocupações com a nossa saúde."
O que é a bivalente?
A vacina bivalente é uma atualização da imunização contra a covid-19. Ela continua protegendo contra a cepa original (aquela que iniciou a pandemia) e também protege o organismo contra as subvariantes, como a ômicron, que hoje domina o cenário epidemiológico e são responsáveis pela maior parte das infecções, explica o médico infectologista, Hemerson Luz.
Hemerson destaca que os estudos indicam que quatro meses após a segunda dose ou após a dose de reforço, ocorre uma queda dos níveis de anticorpos neutralizantes, aqueles que são capazes de combater o vírus. "A vacina bivalente tem a capacidade de aumentar a proteção do sistema imunológico e combater as subvariantes da ômicron", diz.
O intuito é vacinar toda a população acima de 12 anos, mas como não há doses suficientes para todos neste momento inicial, elas deverão ser aplicadas em grupos que foram escolhidos de acordo com as prioridades.
O infectologista ressalta que o número de doses necessárias a serem tomadas se torna maior a cada dia por conta das subvariantes que têm a capacidade de infectar as pessoas que foram vacinadas. "Essas cepas têm uma maior transmissibilidade que a cepa original, a vacina bivalente vai aumentar os níveis de anticorpos para proteger contra a subvariantes da ômicron diminuindo a possibilidade de casos mais graves, diminuindo a possibilidade de casos mais graves, diminui o risco de internação ou mesmo de óbito", explica.
Fases
A vacinação com a bivalente será dividida em etapas. A segunda fase terá como prioridade pessoas de 60 a 69 anos de idade. A terceira incluirá gestantes e puérperas. Já a quarta fase terá os trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente a partir dos 12 anos, população prisional, adolescentes cumprindo medidas socioeducativas e funcionários do sistema prisional e socioeducativo.
Boletim
O Distrito Federal não tem mortes causadas pela covid-19 desde meados de dezembro, quando uma senhora da faixa de 70 a 79 anos, moradora de Águas Claras, morreu por causa da doença. Nas últimas semanas, a taxa de transmissão voltou a subir da capital, ficando alguns dias acima de 1.
Ontem, segundo o boletim informativo divulgado pela Secretaria de Saúde, o índice ficou em 0,99, o que significa que cada 100 brasilienses contaminados pelo vírus transmitem a doença para outros 99. Especialistas recomendam que a taxa de transmissão fique abaixo de 1, o que aponta que as contaminações estão em desaceleração. Ainda de acordo com os números divulgados pela pasta, o DF teve 250 diagnósticos confirmados de covid-19, na segunda-feira (27/2).
Vacinômetro Distrito Federal até 27/2
Total de Dose Aplicadas 7.160.787
Pessoas com a 1ª dose
2.546.383
Pessoas com a 2ª dose
2.372.757
Pessoas com a 3ª dose
281
Pessoas com a dose de reforço
1.469.769
Pessoas com a 1ª dose de reforço
5
Pessoas com a 2ª dose de reforço
634.858
Pessoas com a 3ª dose de reforço
6.581
Pessoas com a dose adicional
63.911
Pessoas com a dose única
66.242