Servidores do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) se reúnem hoje, às 7h, para um abraço coletivo no Hospital de Base (HB). O ato simbólico acontece contra o pedido do GDF de devolução dos profissionais para a Secretaria de Saúde (SES). A decisão determina a volta de todos os servidores para a pasta de origem em até quatro meses, sob risco de ter os salários suspensos. Para os manifestantes, porém, a ordem foi mal planejada, uma vez que não explica quais profissionais serão transferidos e nem para onde irão.
De acordo com o presidente do Sindmédico-DF, Gutemberg Fialho, ainda não se tem ideia de quantas pessoas serão realocadas. A única certeza é que a população poderá ficar sem atendimento, já que a decisão não informa se os servidores serão substituídos. "No Hospital de Base tem profissionais com 20 anos de experiência, com especialidades que não tem facilidade no mercado. É necessário tempo para a substituição, para não prejudicar o paciente", explica.
Entre os médicos, o clima é de pessimismo. Se transferidos para unidades menores, sem estrutura apropriada, não poderão executar seu trabalho adequadamente. "Os pacientes vão ficar sem atendimento especializado. Estamos falando de cirurgia cardiovascular, de psiquiatria, de oncologia", analisa Fialho.
Ontem, o deputado Jorge Vianna (PSD) apresentou um projeto de lei para suspender a ordem de devolução e determina a volta imediata dos profissionais afastados. "Não terão profissionais especializados a serem contratados tão rápido", justificou ao Correio.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti
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