Uma reunião, comandada pelo líder do PSDB no Senado Federal, Izalci Lucas (DF), com a bancada do DF na Casa, foi marcada para quinta-feira (2/2), para discutir possíveis prejuízos à capital federal com a transferência do traficante Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, para a Penitenciária Federal de Brasília, a Papuda. Estarão presentes a governadora Celina Leão (PP), o novo secretário de segurança pública, Sandro Avelar, e o deputado distrital, Wellington Luiz.
O senador se opõe à permanência do criminoso em Brasília, mesmo que de forma temporária, por receio de ocorrer o retorno da estruturação da célula brasiliense do Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com Izalci, na última estadia de Marcola na Papuda, entre 2019 e 2022, houve aumento de crimes, como o tráfico de drogas.
“Há uns dois anos, quando esteve aqui, aumentou a criminalidade, teve plano de fuga aqui, uma série de problemas. Vamos mostrar amanhã as consequências disso, porque não é só o cara que está aqui, vem toda uma turma para cá, pessoas que vieram para São Sebastião, por exemplo, o PCC está aí”, afirmou o líder.
Atuação do PCC em Brasília
No final do ano passado, foi deflagrada a Operação Saturação, em que policiais civis da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, em conjunto com o Núcleo de Fiscalização do Sistema Penitenciário do Ministério Público do Distrito Federal (Nupri/MPDFT), cumpriram 21 mandados de prisão preventiva e 24 de busca e apreensão nas regiões administrativas de São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo 2, Planaltina, Ceilândia, Paranoá e em outros estados.
Foram colhidas provas de que havia metas de crescimento do PCC na capital e a atuação dos líderes batismos de novos integrantes, assim como o planejamento para ataque à facções rivais.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou em entrevista à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) que o retorno de Marcola para o DF foi motivado por um suposto plano de fuga. Ele estava preso em Rondônia. “O Dino disse agora que era temporário, mesmo sendo temporário é um desastre”, sentenciou Izalci.
Outros assuntos que serão tratados no encontro serão sobre o Fundo Constitucional, do qual o DF obtém uma boa parte, a articulação para barrar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende criar uma Guarda Nacional, com isso, supostamente federalizar a segurança pública do DF e tratar sobre a Comissão Mista de Orçamento (CMO).