Investigação

Envolvido em sequestro de empreiteiro estava foragido em praia de nudismo

Rinaldo Márcio de Oliveira, 39, mais conhecido como "Boneco", ficou escondido em uma casa, em frente à praia de Massarandupió, na Bahia. Ele foi preso por envolvimento no sequestro do empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, de 31 anos

Darcianne Diogo
postado em 14/02/2023 20:14 / atualizado em 14/02/2023 20:14
Mais conhecido como Boneco, assassinou homem a tiros em julho -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Mais conhecido como Boneco, assassinou homem a tiros em julho - (crédito: Material cedido ao Correio)

Preso por envolvimento no sequestro do empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, 31 anos, Rinaldo Márcio de Oliveira, 39, mais conhecido como “Boneco”, estava escondido em uma casa de praia, em frente à praia de nudismo Massarandupió, no município baiano de Entre Rios, a 93 km de Salvador. O homem foi capturado nesta terça-feira (14/2) por policiais civis da Divisão de Repressão a Sequestros da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRS/Corpatri).

Rinaldo estava foragido desde o começo de dezembro, quando os investigadores identificaram a participação dele no sequestro de Daniel. O empreiteiro foi visto pela última vez na noite de 26 de outubro do ano passado, ao sair de uma igreja evangélica, em Ceilândia. Em imagens das câmeras de segurança colhidas pelos investigadores da Divisão de Repressão a Sequestros da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRS/Corpatri) ao longo das diligências, o criminoso foi flagrado dirigindo a Amarok branca de Daniel logo após o sequestro. O veículo é deixado por ele em frente a um mercado, no Novo Gama.

  • Rinaldo Márcio de Oliveira Material cedido ao Correio
  • Mais conhecido como Boneco, assassinou homem a tiros em julho Material cedido ao Correio
  • Empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, de 31 anos, é vítima de sequestro Arquivo pessoal
  • Empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, de 31 anos, é vítima de sequestro Arquivo pessoal
  • Empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, de 31 anos, é vítima de sequestro Arquivo pessoal
  • Empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, de 31 anos, é vítima de sequestro Arquivo pessoal
  • Crédito: Fred Schinke/Flickr. Praia de Massarandupió, praia de nudismo - Bahia. Fred Schinke/EM/D.A Press

Além de Rinaldo, a polícia chegou ao encalço de outras três pessoas: o mentor do sequestro, o professor Benevaldo Barbosa Novais, 39, o Bené; o irmão de Bené, Édson Barbosa (responsável por buscar a Amarok em frente ao mercado); e Wemerson Araújo da Fonseca (suspeito de receber transferências feitas pela conta da vítima).

Os policiais civis da Corpatri viajaram mais de 1.500km para capturar Rinaldo. O homem estava escondido em uma casa de praia, em frente à praia de Massarandupió, a única praia oficial destinada à prática de naturismo na Bahia. Na casa, estavam a mulher dele e os dois filhos do casal. Rinaldo será transferido ao DF nesta quarta-feira (15/2), onde cumprirá pena no Complexo Penitenciário da Papuda.

Presos

Antes de serem presos, no começo de novembro, Rinaldo e os comparsas fizeram várias transações bancárias via PIX para diversas contas de terceiros, até que o limite fosse excedido. O valor ultrapassa R$ 120 mil. Os sequestradores também efetuaram compras no cartão de crédito da vítima.

Para a polícia, Daniel foi executado e enterrado em alguma área de mata em Goiás. À época, no dia em que a mulher de Rinaldo prestou depoimento na delegacia sobre desaparecimento de Daniel, ele usou um UP vermelho para chegar ao local, o mesmo utilizado pelos criminosos na noite do sequestro. Para evitar qualquer desconfiança, ela estacionou o veículo no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), mas o carro acabou sendo apreendido pelos policiais.

A hipótese de que Daniel esteja morto veio após a constatação da presença de manchas de sangue no assoalho e no banco traseiro do UP. O Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) e os peritos criminais realizaram os exames e coletaram os vestígios necessários, concluindo-se que aquele sangue pertencia a Daniel.

O laudo pericial atestou, ainda, que as manchas não eram compatíveis com algum ferimento experimentado dentro do carro, o que sugere que o empreiteiro foi morto em outro local e transportado no veículo para um endereço ainda desconhecido.

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