Estudo

Lago Sul seria o "município" mais rico do país, revela pesquisa da FGV

Se fosse um município, o Lago Sul seria, disparado, o mais rico do país. A renda por habitante de moradores da região é três vezes maior do que o município mais rico do Brasil, que é Nova Lima, em Minas Gerais

Pablo Giovanni
postado em 14/02/2023 15:40 / atualizado em 14/02/2023 15:40
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Um estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira (14/2) revela que a região administrativa do Lago Sul, criada em 1994 no Distrito Federal, caso fosse um município, seria o mais rico do país.

O levantamento divulgado pelo economista Marcelo Neri mostra que a unidade da federação com menor declaração de patrimônio por habitante é o Maranhão, com R$ 6,3 mil. No outro extremo, a capital federal, com R$ 95 mil, está no topo. No DF, de acordo com o imposto de renda declarado, a renda por habitante do Lago Sul é de R$ 23.241. Esse valor é três vezes maior do que o município mais rico do Brasil, que é Nova Lima, em Minas Gerais — R$ 8.897.

“Agora, calculando só entre os que pagam o imposto de renda de pessoa física (IRPF), a renda de Brasília pula para R$ 12.627. No Lago Sul, região nobre da cidade, a renda média vai a R$ 39.535, quando olhamos apenas os declarantes, e chega a R$ 23.141 quando analisamos na população total. Não tem nenhum município no Brasil que chega a um terço desse patamar de renda”, detalhou o economista.

Sobre patrimônio, o Lago Sul tem uma grande concentração de riqueza, com R$ 1,4 milhão por habitante. Na capital federal, é seguido por Jardim Botânico (R$ 588 mil) e Lago Norte (R$ 505 mil). A renda média do Lago Norte por habitante é de R$ 20.637 — sobre declarantes R$ 12.582 — e do Jardim Botânico é de R$ 19.060 — declarantes R$ 12.453, segundo o Mapa da Riqueza.

Como o Lago Sul não é um município, Nova Lima é o município mais rico do país. 

Mais pobres

O relatório foi realizado com o intuito de analisar onde estão os mais ricos do Brasil. Para analisar os dados, o economista fez um o cruzamento da base de dados do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

O economista ressalta que essa análise é útil para o desenho de reformas nas políticas de impostos sobre a renda e sobre o patrimônio. “Assim, podemos pensar os critérios para declaração do imposto de renda como uma linha de riqueza que permite identificar os residentes no país com maior poder de compra”, ressalta Neri.

No DF, enquanto Lago Sul, Lago Norte e Jardim Botânico estão entre as regiões administrativas mais ricas, a renda média por habitante no Itapoã — o menor índice do levantamento — é de R$ 161. Das 31 regiões administrativas consideradas no estudo, 13 têm renda mensal abaixo do salário mínimo — R$ 1,3 mil. Entre elas, Samambaia e Ceilândia, consideradas as duas maiores RAs do DF.

O estudo não levou em consideração as duas novas regiões administrativas do DF, Água Quente e Arapoanga, mas elas foram consideradas no relatório dentro do Recanto das Emas e Planaltina, respectivamente. 

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