A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, na tarde desta terça-feira (14/2), Rinaldo Márcio de Oliveira, 39, mais conhecido como Boneco. Ele é acusado de envolvimento no sequestro do empreiteiro Daniel Carvalho da Silva, 31, desaparecido desde a noite de 26 de outubro, quando saiu de uma igreja em Ceilândia. O Correio apurou que o criminoso foi detido na Bahia, a 100km de distância de Salvador.
Rinaldo estava desaparecido desde o ano passado, quando os investigadores da Divisão de Repressão a Sequestros da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRS/Corpatri) desencadearam uma operação e prenderam três pessoas: o professor Benevaldo Barbosa Novais, 39, o irmão dele, Édson Barbosa e Wemerson Araújo da Fonseca. Segundo apontaram as investigações, o mentor do sequestro e assassinato de Daniel foi Benevaldo. Rinaldo, por sua vez, teria auxiliado no crime, inclusive na execução da vítima.
Rinaldo é o mesmo que aparece em imagens das câmeras de segurança colhidas pela polícia dirigindo a Amarok branca de Daniel logo após o sequestro, na noite de 26 de outubro do ano passado. O empreiteiro foi abordado por criminosos ao sair de uma igreja, em Ceilândia.
Antes de serem presos, no começo de novembro, Benevaldo e os comparsas fizeram várias transações bancárias via PIX para diversas contas de terceiros, até que o limite fosse excedido. O valor ultrapassa R$ 120 mil. Os sequestradores também efetuaram compras no cartão de crédito da vítima.
De acordo com a apuração policial, Bené organizou o sequestro de modo a evitar chamar a atenção da polícia e dos familiares de Daniel. Em 31 de outubro, o professor contratou um caminhão de frete para fazer a mudança dos móveis da casa do empreiteiro, de Samambaia para uma residência no Novo Gama (GO). Seria uma forma de dar veracidade ao esquema montado e fazer com que os parentes acreditassem que a vítima queria desaparecer propositalmente por causa de dívidas de agiotas.
Vários móveis de Daniel, incluindo bebedouro, panelas e cadeiras, foram encontrados pelos investigadores no Novo Gama e na casa de Rinaldo. No dia em que policiais fizeram buscas na residência, encontraram a mulher dele. Ela chegou a ser presa por receptação na época, mas acabou liberada em audiência de custódia.
A participação de Rinaldo no crime fica clara após ele ter sido flagrado conduzindo a Amarok de Daniel um dia após o sequestro. Ele deixou o veículo em frente a um mercado, no Novo Gama, e colocou a chave no pneu. Em seguida, o irmão de Bené, Édson Barbosa, também detido, chega ao local para buscar o carro e dirige até a Feira Permanente do Setor O.
Vestígios
O Correio apurou que, no dia em que a mulher de Rinaldo prestou depoimento à polícia, sobre o desaparecimento de Daniel, ele usou um UP vermelho para chegar ao local, o mesmo utilizado pelos criminosos na noite do sequestro. Para evitar qualquer desconfiança, ela estacionou o veículo no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), mas o carro acabou sendo apreendido pelos policiais.
A hipótese de que Daniel esteja morto veio após a constatação da presença de manchas de sangue no assoalho e no banco traseiro do UP. O Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) e os peritos criminais realizaram os exames e coletaram os vestígios necessários, concluindo-se que aquele sangue pertencia a Daniel.
O laudo pericial atestou, ainda, que as manchas não eram compatíveis com algum ferimento experimentado dentro do carro, o que sugere que o empreiteiro foi morto em outro local e transportado no veículo para um endereço ainda desconhecido. Para os investigadores, a vítima foi enterrada em alguma área de mata na região de Goiás.
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