Com foliões fantasiados, grupo de samba, bateria e trio elétrico, o pré-carnaval de Brasília começou em clima familiar e de amizade, ontem, no centro da capital federal. Após dois anos sem a festa de Momo, devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19, os brasilienses levaram filhos e amigos para curtir esta época do ano e extravasar a alegria. O contato humano é o que a advogada Marina Vianna mais sentia saudade, que pôde reviver no Bloco do Samba do Peleja, na Praça dos Prazeres, na Asa Norte, que comemorou 10 anos de criação. "A pandemia fez o carnaval ficar mais caloroso. Estou com glitter acumulado de dois anos atrás", brinca.
Moradora da região, Marina curtiu a folia de forma diferente. Ela participou no bloco como integrante do grupo Capivara percussiva, com outras 20 mulheres que tocaram tambores. O nome faz alusão ao animal típico do cerrado. "Comecei a gostar de carnaval quando adulta. Pela convivência com os amigos, conhecendo outros blocos, e hoje em dia toco em três. Quando a gente começa a tocar, encontra felicidade e não quer sair mais", vibra a foliã.
Organizador do bloco, Alê Lehmann não fez diferente dos demais foliões e levou o filho pequeno, Francisco, de 4 meses, — e de proteção de ouvido para abafar o som — acompanhado da esposa, Geovana Ribeiro, 31. Ele comemora o retorno da festa após o período mais grave da crise sanitária. "Para a gente que brinca o carnaval foi bastante doloroso, ficar esse tempo afastado desta festa popular, que é um patrimônio histórico do Brasil. É muito importante para que a gente consiga dar um novo rumo em termos de cultura para o nosso país", analisa.
Tendo em vista que o Samba do Peleja existe desde 2008, e o bloco foi criado em 2013, Alê acredita que o público é fiel porque envolve amor entre os foliões. "É feito de gente alegre, que acredita na mudança do país, até porque as pessoas precisam de cultura. Agora, com a recriação do Ministério da Cultura, é um momento de comemorar, pois estamos renascendo das cinzas e caminhando para a nova era de um país que a gente acha mais justo. E a cultura faz parte de tudo isso", diz o produtor cultural.
Para iniciar o ano com o pé direito, a especialista em relações governamentais Taís Mendes, 41, escolheu o Bloco do Samba do Peleja. Ainda ontem ela comprou a fantasia de enfeite colorido na cabeça. "Carnaval é encontro, sentir as pessoas, é diversão, riso, quando esquecemos a tristeza e somos felizes, porque todos têm direito em algum momento. E eu gosto desses pequenos encontros", afirma.
Para Taís, o carnaval de Brasília é maravilhoso por ter críticas políticas nas fantasias e variedade. "É irônico, ainda mais por estarmos em Brasília, onde a política predomina. As pessoas usam muito a criatividade e as cores. Tanto que, quando cheguei, uma pessoa soprou glitter no meu rosto. O lado bom é que entrei no clima logo", conta a moradora da Asa Sul.
A seis quilômetros, ocorreu o Bloco Fio Desencapado, no Setor de Oficinas do Sudoeste, que iniciou, às 15h, em frente à Caesb, e terminou por volta das 22h no centro da região. Entoados pela Bateria Furiosa do DF, os carnavalescos reuniram pouco mais de mil foliões, que acompanhavam os passos da rainha de bateria Leka Bonifácio, 49, novata no grupo. "Coração a mil, é tudo novo, por mais que ficamos dois anos sem a festa, mas confesso que eu estava com muita ansiedade porque carnaval é a cultura que a gente ama", celebra.
Passista há 15 anos, o professor de teatro Gilson Montblanc, 45, estava ao lado de Leka na pista enquanto os foliões acompanhavam a descida do bloco, que levou um trio elétrico para a rua e bateria uniformizada. "Nasci no Dia do Samba, em 2 de dezembro, data e gênero que representam o nascimento do carnaval. E ficar dois anos sem carnaval foi ruim para a arte de um modo geral. Mas agora está voltando com tudo, com desfile de escolas de samba em abril", emociona-se Gilson.
Na comercial da 205 Norte, o Bloco da Sereia Sem Pé começou às 17h, próximo ao Mimo Bar, e contou com várias crianças fantasiadas e famílias reunidas. Um exemplo foi o Bloco Badauê, que levou uma bandeira vermelha para o local
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