A defesa do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução dos dois aparelhos celulares cedidos pelo chefe do Executivo local à Polícia Federal no inquérito que investiga a conduta dele nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes.
Ibaneis entregou o equipamento à PF de forma voluntária, após endereços ligados a ele terem sido alvos de operação conjunta da Procuradoria-Geral da República (PGR) e PF, em 20 de janeiro. Ele não estava no DF durante a busca e apreensão, mas decidiu ir à PF dias depois entregar os aparelhos.
O entendimento da defesa veio principalmente após o delegado responsável pela perícia ter solicitado ao ministro do STF Alexandre de Moraes a devolução dos aparelhos ao chefe do Executivo. Agora, os representantes requerem que o magistrado autorize a devolução. Eles solicitaram ainda os laudos da perícia que foram produzidos pela Polícia Federal durante o período em que os celulares ficaram apreendidos.
Operação
Ibaneis usou o perfil do Twitter para comentar a operação de busca e apreensão, feita pela Polícia Federal, em 20 de janeiro. O governador afastado declarou que a ação mostrará sua "completa inocência" no caso dos atos golpistas de 8 de janeiro.
"A operação realizada em minha casa, no meu gabinete e até no escritório do qual estou licenciado há mais de 4 anos vai mostrar minha completa inocência em relação aos lamentáveis fatos do último dia 8 de janeiro", escreveu.
Ele disse nada temer, porque não teve envolvimento com os atos terroristas. "Não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os Três Poderes. Eu sempre me comportei de modo a colaborar com as investigações e mantenho a mesma postura. Cheguei a fazer um depoimento espontâneo à Polícia Federal, mostrando que não há o que temer", enfatizou. A oitiva espontânea ocorreu na semana passada. Nela, o governador negou conivência com os atos violentos.
Ibaneis disse que acredita na elucidação de todo o caso e frisou estar pronto para prestar as informações que forem necessárias. "Mantenho a fé em nosso sistema Judiciário e a certeza de que tudo restará esclarecido", ressaltou. "Estou afastado do Distrito Federal exatamente para que o trabalho dos policiais e da Justiça transcorra sem qualquer óbice, sempre à disposição para novos esclarecimentos."
Por ocasião da operação, em nota, os advogados Alberto Toron e Cleber Lopes, que fazem a defesa de Ibaneis, afirmaram considerar que a busca na residência do gestor e no escritório dele, "embora inesperada, posto que o governador sempre agiu de maneira colaborativa em relação à apuração dos fatos em referência, certamente será a prova definitiva da inocência do chefe do Executivo do Distrito Federal".
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