A escolha dos postos-chaves da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa (CLDF) para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro foi adiada para a próxima terça-feira (7/2), às 14h. A decisão foi tomada, na sessão de ontem, após novas divergências entre base e oposição sobre a indicação de nomes para a comissão.
A proposta foi apresentada pelo deputado Fábio Felix (PSol). "Estamos propondo o adiamento para que os líderes sejam consultados e que entremos em acordo, para que todos sejam representados", destacou Félix.
Ao Correio, ele explicou que a proposta é que Chico Vigilante (PT), membro da oposição, seja o presidente e a relatoria fique com Hermeto (MDB), membro do governo. Dessa forma, o favorito à presidência, Pastor Daniel de Castro (PP), deixaria a candidatura ficando o grupo com oposição e situação nas principais vagas.
A nova rodada de indecisões incomodou o deputado distrital Joaquim Roriz Neto (PL). "O que percebo é que há algumas semanas havia uma expectativa sobre o que seria investigado. Agora, a situação é outra. Desde o dia 8 de janeiro a direita está sendo crucificada, por causa de 0001% de extrema direita. Pensavam que faríamos corpo mole. Agora é a esquerda e o governo federal que parecem não querer investigar mais nada", aponta Roriz. "Não concordo com essas birras de 'vai ser do meu jeito, senão estou fora'. Não teremos consenso no grito."
Maior crítico da composição da CPI, que dos sete membros tem quatro governistas, Chico Vigilante (PT) nega que a esquerda não esteja mais interessada em participar da CPI. "Eu quero que tenha investigação, tanto que quero ser o relator, pois sou o que mais tem experiência para isso. Não podemos ter é uma CPI chapa-branca. Investigação não pode ser contra ou a favor, tem que ser da verdade", afirma Vigilante.
O petista concluiu dizendo que, sendo o entendimento por seu nome na presidência, ele abriria mão da relatoria e, conforme o proposto na reunião de ontem, convidaria o deputado Hermeto para a relatoria.
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