Leonardo Ávila, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal (Codese-DF), chamou a atenção do Governo para os problemas enfrentados pelos moradores de regiões ocupadas sem planejamento urbano. O responsável pelo Codese-DF alertou que o desenvolvimento socioeconômico dessas áreas deve ser uma prioridade do governo.
As afirmações foram feitas durante durante o Entre os Eixos do DF, debate promovido pelo Correio Braziliense na tarde desta segunda-feira (30/1). Leonardo Ávila resgatou o documento "O DF que a gente quer em 2040", um trabalho desenvolvido por 18 câmaras técnicas do governo distrital, como a de cidadania, saúde e segurança. O objetivo é indicar o estabelecimento de políticas públicas duradouras, para evitar a descontinuidade das ações entre governos.
O documento foi enviado em agosto aos oito principais candidatos ao governo do DF. Na oportunidade, todos se comprometeram a seguir, se eleitos, com as diretrizes estratégicas, desenvolvidas em parceria com empresários e instituições de ensino superior. As instruções da Codese incluem 21 diretrizes estratégicas, 67 ações estruturantes e 148 ações de curto e médio prazo para melhorar a economia.
“O que a gente espera do governador até 2026 é que ele faça, com a melhoria que vai ter. Depois a gente passa um outro indicador para o governador até 2030 e outro até 2038”, projetou Leonardo Ávila. O presidente do conselho ainda revelou que, em 2018, foi apresentada uma versão do documento e o governo de Ibaneis Rocha (MDB) cumpriu 82% das metas urgentes e prioritárias propostas no livro.
Para os próximos anos, os desenvolvedores do livro ouviram 33 regiões administrativas nos meses de fevereiro e março. “As regiões levantaram quais eram os tesouros dessas regiões e como esses tesouros poderiam se transformar em riqueza, ou seja, geração de renda para a população. No dia 26 de março, foi anunciado que a Cidade Estrutural e o projeto de reciclagem de materiais foi o ganhador do concurso de riquezas”, explicou Ávila.
Foi desenvolvida também uma pesquisa em parceria com a Macroplan e Sebrae para levantamento de dados estatísticos para montar um panorama do desenvolvimento social do DF na última década. “Com os dados da antiga Codeplan e dados do IBGE, nós temos indicadores de saúde, de educação, de moradia inadequada de renda. [...] Todo esse material foi entregue ao governo do Distrito Federal para trabalhar políticas públicas”, lembrou.
De acordo Ávila, o estudo chegou à conclusão de que o grande problema para o desenvolvimento socioeconômico do Distrito Federal são as invasões. “Locais onde nós temos as menores taxas de acesso à esgoto, de acesso à escola, de acesso à creche, saúde, de renda. Todas são regiões de invasão”, disse o presidente do conselho.
Entre as regiões com piores índices, Leonardo Ávila citou Estrutural, Itapoã, Varjão e Sol Nascente. “Não foi feito uma previsão de infraestrutura mínima, com postos de saúde, hospitais, creches, escolas, com acesso à transporte público. Isso leva essas pessoas a uma situação degradante e que nós enquanto população e como estado temos que atuar para que essas pessoas tenham condições mínimas", explicou.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!