O interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, apresentou nesta sexta-feira (27/1) o relatório sobre os atos golpistas e as falhas operacionais durante a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e das dependências do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro.
Durante a coletiva, Cappelli ressaltou que batalhões importantes para conter os invasores não foram acionados mesmo com alerta da inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF, feito no dia 6 de janeiro, de que havia ameaça de ataque na Esplanada dos Ministérios.
“O que houve, apenas, foi um repasse burocrático, um ofício recebido para algumas unidades pelo Departamento de Operações. Chama atenção, então, as duas questões: não houve plano operacional, sequer ordem de serviço”, disse.
Segundo o interventor, apenas um relatório foi encaminhado e os batalhões não foram acionados. Ainda de acordo com Cappelli, alunos do curso de formação foram posicionados para atuar na Esplanada e as grades instaladas nas proximidades dos Três Poderes não eram as necessárias para a contenção dos invasores. “No dia estavam grades simples, o padrão seria ter duas fileiras de grades além de uma maior contenção policial”, diz.
Cappelli ressaltou que nove comandantes de batalhões e áreas sensíveis da PMDF estavam de férias ou de licença no dia 8. “Nem chegou a batalhões importantes como o BPCães, Bavop, RPOM e até mesmo o Bope. Não foram sequer acionados. Houve uma falha operacional, porque o relatório de inteligência que existe não gera desdobramento operacional adequado, que seria plano operacional ou ordem de serviço. (…) Havia previsão de 555 homens para a área central. A impressão que dá, no vídeo, é que não tinha 150 homens.”