Uma perícia preliminar do Instituto Médico Legal André Roquette (IML), de Belo Horizonte, detalhou que os dois corpos encontrados carbonizados dentro de um veículo, em uma rodovia de Unaí (MG) — a cerca de 98 km de Cristina — são de duas mulheres. Este caso, segundo as investigações, está associado ao desaparecimento de Renata Juliene Belchior, 52, e da filha dela, Gabriela Belchior, 25.
A informação foi confirmada pela médica-legista Naray Jesimar. De acordo com a diretora da unidade, são dois corpos femininos. O material que chegou aos profissionais do IML estava bastante “deteriorado, carbonizado e que não permitia identificação visual”. "Imediatamente, o material foi encaminhado para o serviço de antropologia. Lá, ele passou pelo início dos exames, como radiologia, tomografia, e depois começou-se a preparar para que ele fosse examinado mais profundamente”, disse.
Esta etapa é essencial para identificar a identidade das vítimas. De acordo com depoimento de Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49 — um dos autores confessos do crime —, os dois corpos encontrados carbonizados na rodovia são de Renata e Gabriela Belchior.
No mesmo depoimento, Horácio disse que os mandantes dos crimes são Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 anos — marido de Renata e pai de Gabriela —, e o filho, Thiago Gabriel Belchior — filho de Renata e irmão de Gabriela. Esta tese, contudo, perdeu força após o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil do Distrito Federal (CBMDF) encontrarem um corpo na mesma casa em que mãe e filha eram mantidas em cárcere.
De acordo com apuração do Correio, o corpo se trata de um homem que estava decapitado e esquartejado. A residência fica no Vale do Sol, região entre o Vale do Amanhecer e Arapoangas.
Além de estar sem cabeça, o corpo também estava sem os dois braços. Segundo informações repassadas pelo delegado Paulo Henrique, da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), devido ao estado de decomposição do cadáver, o assassinato teria ocorrido entre 4 e 10 dias atrás.
Tese de pai e filho mandantes perde força
O delegado da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Ricardo Viana, afirmou que a versão de que pai e filho sejam mandantes do assassinato da família perde força. De acordo com o chefe da unidade, tudo indica que Gideon Batista de Menezes, 55, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49, e Fabrício da Silva Canhedo, 34, se juntaram, subtraíram os valores da família e matou os integrantes da família.
Segundo Viana, essa tese ganha força porque a coautoria fica prejudicada, porque pai e filho — Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 e Thiago Gabriel Belchior, 30, respectivamente — não estavam em conluio com os três assassinos. Para ele, os autores do crime ceifaram cada um da família.
"Até agora (a motivação) é patrimonial. Imóveis foram vendidos, dinheiro estava circulando na família, o que culminou com a cobiça, haja em vista que eles dois (Gideon e Horácio) moravam na mesma chácara e sabiam de toda a rotina deles. A investigação não pode aceitar todas versões do acusado. Cabe a nós pegar o que foi dito e tentar comprovar. Estamos vendo que alguma das comprovações que ele colocou não está se concretizando”, disse.
Mesmo com toda a experiência como policial, Viana ainda fica atônito com a brutalidade do caso. "Todo dia enfrentamos 'um pior', mas isso me surpreendeu. Muita gente da mesma família. Queimaram até crianças. Nunca tinha visto algo assim", conta.
*Estagiário sob a supervisão de Euclides Bitelo
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