Um encontro para discutir o avanço das medidas tomadas após os atos de terrorismo ocorridos em 8 de janeiro reuniu o governo do Distrito Federal, órgãos e entidades de justiça, ontem, no Palácio do Buriti. Foi discutido, durante a conversa, a rapidez na apuração dos fatos, o andamento das audiências de custódia dos golpistas presos — além do atendimento de saúde adequado a eles — e o desejo de transferi-los aos estados onde moram.
Governadora em exercício no DF, Celina Leão (PP) reforçou que está trabalhando para manter todas as áreas da capital do país — que não estão sob intervenção federal — funcionando. "Trazer a cidade à normalidade foi o ponto focal nos últimos dias, além de dar atenção ao governo federal na apuração dos fatos", destacou.
Participaram da reunião membros do GDF que compõem o Gabinete da Preservação e Mobilização Institucional, do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), da Câmara dos Deputados, da Ordem (OAB) e do Conselho dos Advogados do Brasil (CFOAB) e da Defensoria Pública do DF. Procurador-geral de Justiça do DF, Georges Seigneur afirmou que a punição aos golpistas deve ser individualizada, para não atingir as instituições como um todo. "A sociedade exige uma resposta rápida, enérgica e positiva. É importante identificar as pessoas individualmente", ressaltou.
Segundo o juiz auxiliar da presidência do TJDFT Luis Martius Jr., que representou o órgão na reunião, a expectativa é que as audiências de custódia dos bolsonaristas presos depois dos atos terroristas do dia 8 sejam concluídas até amanhã. "O Tribunal de Justiça do DF mobilizou uma estrutura gigantesca de magistrados e servidores, trabalhando de forma contínua, noite e dia, para que o sistema de Justiça criminal funcione". São 1.398 presos, sendo 904 homens e 494 mulheres.
Presidente da OAB-DF, Délio Lins Jr. destacou que é importante esse alinhamento institucional, neste momento que o DF está passando. "Temos uma cidade com a intervenção federal decretada e o governador afastado. Isso gera uma série de problemas para todos", comentou. "O que aconteceu no domingo, aquela depredação coletiva, é um absurdo. Espero que as pessoas envolvidas sejam identificadas e punidas. O trabalho principal, no momento, está sendo nesse sentido", ressaltou. A Defensoria Pública do DF disse que abriu um canal com os familiares dos presos, enquanto a Secretaria de Saúde (SES-DF) reforçou que não houve casos graves nem óbitos entre os detidos.