O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, aconselhou o governador afastado Ibaneis Ibaneis (MDB) a cumprir com a decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao Correio, Arruda disse que espera que a capital do país possa voltar a cumprir o seu papel constitucional.
“Decisão da Justiça não se discute. Cumpra-se. Não tenho conhecimento para tecer qualquer comentário a respeito (sobre o afastamento de Ibaneis), mas desejo que tudo possa voltar à normalidade para que o GDF possa cumprir, como historicamente sempre cumpriu, o seu papel constitucional de garantir a segurança das instituições que são base da democracia, na capital do país. Que possa realizar os avanços que a cidade tanto espera”, disse o ex-governador, à reportagem.
Arruda e Ibaneis eram cotados para serem candidatos ao Palácio do Buriti em outubro. À época, algumas pesquisas eleitorais mostraram os dois nomes tecnicamente empatados na disputa. No entanto, um acordo costurado entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) colocou água do fogo, definindo Arruda para a disputa a uma cadeira na Câmara dos Deputados. Poucos dias antes do primeiro turno, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tirou o ex-governador da disputa.
Durante os atos terroristas de domingo (8/1), Ibaneis exonerou o então secretário Anderson Torres, que havia viajado poucos dias antes para Orlando, nos Estados Unidos. A reportagem do Correio apurou que Torres ficou chateado pela demissão comunicada por ligação. Desde então, nenhum dos dois se falaram.
Pessoas próximas ao chefe do Executivo dizem que, além do Torres, o ex-secretário executivo Fernando Souza Oliveira são os grandes responsáveis pelo afastamento de Ibaneis por 90 dias. Oliveira foi exonerado pelo interventor federal Ricardo Cappelli nesta terça-feira (10/1).
“Aguardo toda apuração”, diz Ibaneis
O governador afastado do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), disse receber “com serenidade” a decisão do STF de manter o afastamento dele do Governo do Distrito Federal (GDF), tomada pelo ministro Alexandre de Moraes na madrugada de segunda-feira (9/1), após ser considerado omisso quanto à segurança pública da Esplanada dos Ministério durante os atos golpistas, de domingo (8/1).
“Recebo com serenidade a decisão do STF e aguardo que toda apuração chegue o mais rápido possível para que assim a verdade seja restabelecida”, comentou ao Correio. Ibaneis disse, ainda, ter “consciência tranquila” e confiança de que será provado que não foi “conivente com qualquer ato criminoso”.
O governador afirma que foi levado a erro pelos responsáveis por monitorar os atos golpistas. "Como já divulgado nos áudios e documentos que juntei ao inquérito e que fiz chegar a todos os senhores ministros e a população, fui levado a erro pelas autoridades da segurança que estavam à frente da operação”, declarou. "Sigo confiante em Deus e na Justiça", acrescentou.
O Supremo formou maioria, nesta quarta-feira (11/1), para a manutenção da decisão de Moraes. Na mesma audiência, também foi mantida a prisão preventiva do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres e do ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira.
*Estagiário sob a supervisão de Michel Medeiros
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