Após ser picado por um escorpião na madrugada do ano novo, a família do pequeno Thomas Caitano, de 2 anos, se mobiliza nas redes sociais para pedir doação de sangue do tipo A+. O estado de Thomas é considerado grave pelos médicos.
Além da própria família, amigos e conhecidos estão se empenhando para ajudar o pequeno. Thomas tem precisado de transfusão de sangue e tende a precisar de mais. Os estoques no Hemocentro, principalmente no final de ano, reduzem drasticamente por conta das festividades. A família fez um pedido de doação em nome de Thomas e também possam ajudar mais pessoas.
“Quem puder, doe sangue direcionado a ele (Thomas). Mas cada doação pode ajudar 4 pessoas, então essa corrente de amor em torno dele pode ir ainda mais longe e salvar outras vidas”, diz o comunicado da família. “A recuperação pode ser lenta e gradual, por dias, semanas, meses. Não vai ser de uma hora pra outra, então temos que ter paciência e continuar rezando muito”, pediu a família.
O estado de saúde do menino é considerado grave. A Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO) melhorou a função cardíaca de Thomas, e a hemodiálise está fazendo efeito para filtrar o sangue e tirar a sobrecarga dos rins. A família contou que os pulmões do pequeno estão limpos, mas a função do fígado piorou (saiba como doar no final da matéria).
Entenda
A angústia da família começou na madrugada do ano novo. A mãe de Thomas, Adriana Caitano, conta que tudo começou por volta das 4h, quando a criança acordou e chamou pelos pais. “Ele estava chorando muito, coçando a cabeça e gritando muito de dor”, conta.
O pai da criança, então, perguntou se o pequeno havia visto algum inseto no local e passou a vasculhar o quarto. “Quando levantamos o travesseiro, vimos um escorpião, já grande. Percebemos que era grave e só o pegamos no colo, meu marido deu conta de capturar o escorpião, e saímos correndo”, relembra.
Ao perceberem a gravidade, os pais foram diretamente para o Hospital Regional de Taguatinga em busca de socorro, pois o marido de Adriana obteve a informação de que, em caso de picada de escorpião, deve-se encaminhar a vítima ao HRT e ao HRAN, hospitais de referência no atendimento a pessoas envenenadas por picadas de escorpião. Mãe e pai ainda entraram em contato com o Corpo de Bombeiros para confirmação.
A criança deu entrada no HRT em estado grave, alegando dor e vomitando bastante, exigindo tratamento imediato por meio do soro antiescorpiônico, medicamento utilizado em envenenamentos moderados e graves. De acordo com a equipe médica do hospital, a agilidade e precisão dos pais foi essencial e fez toda diferença no estado de saúde da criança.
Após o início do tratamento, Thomas começou a hiperventilar. Foi identificado que os pulmões haviam sido afetados, fazendo com que fosse necessária a sua transferência para uma unidade de terapia intensiva (UTI). A mãe da criança alegou que faltou equipamentos no momento da intubação e afirma que o atendimento poderia ter sido melhor caso houvesse estrutura. A UTI do hospital em que a criança estava internada não está funcionando. “Conseguiram uma vaga em um hospital via convênio SUS, mas não tinha médico para acompanhar meu filho na ambulância. Então, não podiam liberar essa transferência”, revela a mãe de Thomas.
Nesse período, os pais entraram em contato com o plano de saúde e o hospital particular que já conheciam para liberação da vaga previamente e da ambulância. “Ainda assim, a ambulância não tinha o pediatra para acompanhar e não tinha alguns equipamentos que eram necessários para o tratamento dele, justamente porque tinha coisa que estava destinada para a posse presidencial", pondera.
No momento, Thomas Caitano está internado no Hospital Brasília de Águas Claras. O veneno do escorpião afetou o coração e os pulmões do menino.
Saiba como ajudar
A partir de uma doação, o brasiliense pode ajudar, pelo menos, quatro pacientes. Mas atenção: é necessário que o cidadão se atente aos critérios antes de comparecer ao local. A família de Thomas direcionou a doação de sangue para o Hemocentro São Lucas, no Lago Sul — na QI 15, no Centro Médico Brasília (em frente ao Hospital Brasília).
O doador precisa se sentir bem de saúde e não ter nenhum sintoma ou doença e precisa estar bem alimentado, evitando comidas gordurosas ou derivadas do leite. Além disso, é necessário levar um documento oficial com foto e pesar pelo menos 50 kg.
Para doar, não pode ter realizado endoscopia/colonoscopia nos últimos seis meses, não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação e não ter colocado piercing, feito tatuagem/maquiagem definitiva nos últimos seis meses. O doador não pode estar com covid-19 e, se estiver com dengue, esperar o prazo de 30 dias.
Podem doar sangue jovens a partir de 16 anos — com autorização ou na presença do responsável legal — até os 69 anos. O intervalo de doação para pessoas do sexo masculino é de dois meses e, para mulheres, a cada três meses. É necessário estar portando um documento com foto. Os números para maiores contatos: (61) 99558-5673 ou (61) 3248-7272.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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