Entre os Eixos do DF

45% dos policiais do DF interagem com sites de extrema-direita, diz Trindade

A média na capital federal é superior a nacional, de 30%. O ex-secretário de Segurança falou sobre o tema no Entre os Eixos do DF

Pedro Grigori
postado em 30/01/2023 20:36 / atualizado em 30/01/2023 20:36
 (crédito: Reprodução/Youtube Correio Braziliense)
(crédito: Reprodução/Youtube Correio Braziliense)

Mais de 45% dos policiais do Distrito Federal interagem com sites radicais de extrema direita, diz pesquisa do Fórum de Segurança Pública citada por Arthur Trindade, ex-secretário de Segurança do DF e professor da Universidade de Brasília. O especialista falou sobre o tema durante painel no Correio Debate: Entre os Eixos do DF, realizado nesta segunda-feira (30/1), na sede do Correio Braziliense.

No painel, Trindade tratou sobre como a pauta da extrema-direita tem penetrado vários setores da polícia militar.

“A gente tem uma pesquisa que mostra que cerca de 30% dos policiais do Brasil interagem ativamente com sites de extrema direita radicais. Não só seguem, como interagem. E não to falando de sites ligados a partidos de direita, to falando de sites radicais”, disse. O ex-secretário de Segurança destaca que a situação é ainda mais grave no DF. “O maior percentual de policiais que interagem com sites radicais é no DF, a taxa é acima de 45%”, disse. Confira o momento: 

Segundo Trindade, essa questão está diretamente relacionada aos atos terroristas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram depredados. “O que aconteceu ainda será motivo de debate ao longo de décadas. A gente já sabe que houve negligência e omissão, mas isso também não teria acontecido se as polícias no Brasil não estivessem altamente politizadas, cooptadas e radicalizadas”, afirmou.

O especialista disse que a radicalização é um desafio mundial e apontou as falhas na legislação brasileira. “A nossa legislação eleitoral é muito permissiva com os policiais e militares para lançamento de candidatura. É só no Brasil que um policial ou um militar pode se lançar candidato, perde a eleição e volta. Essa dinâmica não é permitida em outros lugares”, avaliou.


Para Trindade, a carreira militar tem seus ônus e bônus. “Eu sei que alguns policiais dizem que o policial é cidadão, que não permitir a candidatura é ter um direito político subtraído. Isso é verdade, mas é preciso entender que a carreira policial e a carreira militar tem ônus e bônus. É um ônus não poder se candidatar, mas é um bônus ter uma aposentadoria especial que permite que se aposente mais cedo.”

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