Muitos brasilienses estão escolhendo o ônibus na hora de viajar, mesmo para trajetos muito longos. Na comparação com janeiro de 2022, quando o Terminal Rodoviário de Brasília contabilizou o embarque de 105 mil passageiros, a expectativa para este mês é de 130 mil usuários — um aumento de quase 24%, de acordo com a administração do espaço. Entre os motivos estão os preços das passagens, bem mais baixos em relação às tarifas aéreas, a queda nos números da pandemia da covid-19 e a redução das medidas restritivas.
A reportagem esteve lá na segunda-feira, quando o saguão estava lotado de pessoas se despedindo, a poucos minutos do embarque. Além de ser uma alternativa mais barata, alguns consideram que oferece conforto e bons momentos para descanso. Esses requisitos são essenciais para a aposentada Maria dos Reis, 77 anos, que seguiu para Lavras (MG) com as três bisnetas e a sobrinha-neta.
Antes de encarar as 12 horas rodando, para um trajeto de 820km, a idosa, que antes viajava de avião, disse que vale a pena. Ida e volta de ônibus direto para o município custa R$ 300. De avião, quando pesquisou o valor, sairiam R$ 2 mil até Belo Horizonte. "Juntando a ida de BH para a minha cidade, não compensa. Tem muita diferença. Prefiro demorar mais tempo e economizar", conta Maria.
Janaína Pereira, 32, costuma ir para São Gotardo (MG), nas férias escolares, junto com o marido, Dárcio da Silva, 40, e os filhos Enzo, 9, e Maria Valentina, 6. "Para viajar de avião temos que ficar procurando, olhando aplicativo para achar promoção boa, o que é difícil. Então, é melhor escolher o ônibus, com percurso demorado, mas a gente economiza", analisa a moradora de Vicente Pires.
Marido de Janaína, Dárcio confessa ter medo de viajar de avião, embora prefira gastar menos dinheiro com as passagens e curtir por mais tempo o percurso. "Para onde viajo, a Minas Gerais e Goiás normalmente, também não preciso ir de avião. O lado ruim é baldear entre as cidades, mas ouço muita música no caminho para ficar mais relaxado", revela.
De acordo com o site de vendas DeÔnibus, neste mês, em relação a janeiro de 2022, também houve alta de 134% na venda de passagens na Rodoviária do Gama e de 55% na de Taguatinga.
Mais conforto
Em janeiro, os principais destinos dos brasilienses em janeiro deste ano são as cidades de Goiânia (GO), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). Para Bianca Sturlini, porta-voz da Socicam, concessionária do Terminal Rodoviário de Brasília, a diminuição das medidas restritivas e também da transmissão da covid-19 são aspectos que contribuíram para o aumento no número de passageiros interestaduais. "As pessoas estão mais tranquilas para planejarem as viagens. E têm a percepção da melhoria do transporte regular, de uma viagem mais segura", aponta. "O pessoal consegue viajar por um preço menor, e não precisa planejar com tanta antecedência como quem escolhe o avião", analisa.
Bianca destaca que mesmo os ônibus comuns são cômodos. "A própria cadeira tem mais conforto e espaço do que a de um avião, que é apertada. Além disso, há manutenção e troca de motoristas durante os trajetos", observa. Ela também lembra que há opções desse transporte ônibus que oferecem atrativos, como wi-fi durante toda a viagem e serviços de bordo. Algumas companhias disponibilizam leito-cama e massageador na poltrona.
Prós e contras de viajar de ônibus
Pontos positivos
- Passagem mais barata que a de avião
- Mais conforto nas poltronas (massageador e leito-cama)
- Wi-fi
- Compra e embarque digitalizado (com QR Code)
Pontos negativos
- Viagem longa
- Risco de acidentes
- Mais paradas no caminho
Comparação de preços
Principais destinos
São Paulo
Ônibus: de R$ 228 a R$ 576
Avião: de R$ 1,5 mil a R$ 6,5 mil
Belo Horizonte
Ônibus: de R$ 396 a R$ 796
Avião: de R$ 1,9 mil a R$ 4,5 mil
Rio de Janeiro
Ônibus: de R$ 780 a R$ 930
Avião: de R$ 1,6 mil a R$ 4,6 mil
Salvador
Ônibus: de R$ 1,1 mil a R$ 1,6 mil
Avião: de R$ 1,3 mil a R$ 6,2 mil
*Preços médios das tarifas ida e volta/janeiro.
*Fontes: sites DeÔnibus e Google Voos
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