Chacina

Chacina no DF: digitais em cativeiro e carro identificaram 4° suspeito

A coleta das impressões digitais foi feita por peritos papiloscopistas. Carmelom dos Santos é procurado pela polícia por participar de uma série de assassinatos de ao menos cinco pessoas da mesma família

Darcianne Diogo
postado em 22/01/2023 18:19 / atualizado em 22/01/2023 22:29
 (crédito: Foto cedida ao Correio)
(crédito: Foto cedida ao Correio)

Impressões digitais colhidas por peritos papiloscopistas da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) possibilitaram a identificação de Carlomam dos Santos Nogueira, 26 anos, suspeito de participar de uma série de assassinatos contra, ao menos, cinco pessoas da mesma família. Conforme o Correio revelou em primeira mão, o homem é integrante da maior facção do país: o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele ainda é alvo de uma operação desencadeada em 2018 pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) contra membros da cúpula atuantes em presídios da capital.

As digitais deixadas por Carlomam o colocaram diretamente nos locais dos crimes que abalaram todo o país. Havia impressões digitais do criminoso no carro de Gideon Batista de Menezes, 55, — também preso —, e na casa onde a mulher de Marcos Antônio Lopes, Renata Belchior, e a filha do casal, Gabriela Belchior, foram mantidas em cárcere privado. A residência fica localizada no Vale do Sol, entre o Vale do Amanhecer e Arapoanga, em Planaltina.

O carro de Gideon é um Renault Scenic, o mesmo que foi captado por câmeras de segurança de um posto de combustível do Paranoá. As filmagens foram registradas momentos antes da cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e dos filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos Rafael e Rafaela, 6, serem estrangulados e carbonizados em uma via de Cristalina (GO). No vídeo, Gideon aparece comprando um galão de gasolina.

Já o cativeiro foi usado pelos criminosos para manter as vítimas em cárcere. A casa foi alugada por um dos presos, Horácio Carlos, 49, que confessou, em depoimento, o assassinato de Renata e da filha dela. No mesmo lote, a polícia encontrou o corpo de Marcos enterrado no quintal, esquartejado e degolado. Os papiloscopistas encontraram as impressões digitais de Carmelom no imóvel, uma prova concreta de que ele esteve no local.

Ficha criminal de Carlomam dos Santos Nogueira

Carlomam é velho conhecido da polícia e acumula passagens criminais por roubo, porte ilegal de arma de fogo, corrupção de menores e receptação qualificada. Em 2018, enquanto esteve preso no Complexo Penitenciário da Papuda, o criminoso foi alvo da operação Prólogo. Segundo as investigações da época, internos de seis estabelecimentos prisionais do DF estariam atuando de dentro da cadeia para o fortalecimento da cúpula, como o batismo de novos membros e a ligação entre faccionados da capital e do Entorno. Foram apreendidos cartas e cadernetas dentro de celas usadas pelos custodiados para a transmissão de mensagens, com conteúdo criminoso, para outros criminosos.

O Correio apurou, com base em fontes policiais, que Carlomam teria o mesmo envolvimento que Horácio Carlos e Gideon Batista. O foragido teria participado do sequestro e dos assassinatos das vítimas.

A PCDF já chegou ao encalço de Horácio, Gideon, ambos presos na segunda-feira (12/1). Além dos dois, os investigadores capturaram Fabrício Silva Canhedo, 34, o homem contratado para vigiar o cativeiro onde Renata e Gabriela foram mantidas em cárcere privado.

Os investigadores ainda procuram por Thiago Gabriel Belchior, 30, esposo de Elizamar; a ex-mulher de Marcos, Cláudia Regina; e a filha dela, Ana Beatriz. A polícia pede para que, caso alguém tenha informações sobre o paradeiro de Carlomam, denuncie pelo número 197, da Polícia Civil. O sigilo é garantido.

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